Tecnologia

Supremacia quântica, 5G e vida privada: os desafios tecnológicos para 2020

Batalha pela privacidade, combate a desinformação via redes sociais e novas redes móveis estão entre as promessas para o próximo ano

5G: As novas redes móveis mais rápidas e potentes, passarão da fase experimental à comercialização (Foto/Getty Images)

5G: As novas redes móveis mais rápidas e potentes, passarão da fase experimental à comercialização (Foto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 26 de dezembro de 2019 às 20h02.

As grandes promessas da rede 5G e da "supremacia quântica" e as batalhas pela proteção da privacidade e contra a desinformação são alguns dos principais desafios para a tecnologia em 2020.

5G

As novas redes móveis 5G, mais rápidas e potentes, passarão da fase experimental à comercialização.

O grande momento será o lançamento pela Apple do primeiro iPhone compatível com a rede 5G, um passo já dado pela Samsung, Xiaomi e Huawei.

Em relação à adoção dessa nova rede, uma incógnita que surge é o papel que o fornecedor chinês Huawei terá na implantação mundial dessa tecnologia.

Os fabricantes de smartphones esperam que as vendas voltem a crescer após dois anos de estagnação. Uma leve melhora foi registrada no terceiro trimestre de 2019.

Outra batalha a ser travada em 2020 será no campo do serviço de vídeo por 'streaming'. Apple e Disney querem competir com a Neflix, enquanto, paralelamente, o Google se lança no universo dos jogos online.

Salto quântico

Após os projetos anunciados pelo Google e IBM no final de 2019, o próximo ano também pode ver novos avanços na computação quântica, com máquinas capazes de processar uma informação muito mais rápido que os mais potentes supercomputadores do mundo.

O Google afirmou que alcançou a "supremacia quântica", apesar dos questionamentos de muitos especialistas

Outro assunto as ser acompanhado é o desenvolvimento de carros totalmente autônomos, uma realidade que parece distante.

A Tesla anuncia como "iminente" a comercialização de um carro que pode ser conduzido "de casa para o trabalho, provavelmente sem qualquer intervenção, mas sob a supervisão de um ser humano".

A batalha pela privacidade

A Anistia Internacional, entidade que apoiou gerações de ativistas perseguidos nas piores ditaduras, diz que o modelo econômico do Google e do Facebook "baseado em vigilância" é uma "ameaça sistêmica aos direitos humanos".

Nos diferentes países da União Europeia, estão sendo realizadas investigações e procedimentos contra essas empresas, e até outras, aplicando o regulamento europeu sobre proteção de dados pessoais que entrou em vigor em 2018.

Um novo regulamento "ePrivacy" da UE deve estabelecer novas regras sobre cookies, um arquivo que é instalado nos computadores e que rastreia tudo que o usuário acessa na Internet.

"As pessoas estão mais conscientes" sobre os perigos da divulgação de seus dados e da possibilidade de rastrear seus atos e gestos. Mas, ao mesmo tempo, "câmeras de vigilância e alto-falantes conectados são vendidos como água", explica a analista Dominique Bindels, da Euromonitor International.

Gafa e outros gigantes do digital

Será possível controlar o apetite insaciável da Gafa (Google, Apple, Facebook e Amazon) e outros gigantes do mundo digital, que agem em novos setores da economia (entretenimento, transportes, saúde e formas de pagamento)?

A Libra, projeto de moeda digital do Facebook, deve ser lançado em 2020, mas está sendo questionado pelas autoridades da Europa e dos Estados Unidos.

Elizabeth Warren, pré-candidata democrata para à presidência de Estados Unidos, defende desmembramento dos gigantes da tecnologia em nome da livre concorrência.

Na União Europeia, a comissária Margrethe Vestager, responsável pela concorrência e pelo intercâmbio digital, já considera que terá problemas com as empresas do Gafa.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) espera obter um acordo político sobre a tributação de gigantes e multinacionais digitais em junho de 2020.

Impedir a anarquia digital

A campanha presidencial nos Estados Unidos testará a capacidade e a vontade das redes sociais de se organizarem contra desinformação e manipulação (as "fake news", notícias falsas).

Na Europa, a União Europeia está estudando uma nova noção intermediária entre "gestor" (o status atual de uma rede social como o Facebook) e "editor", para criar um conceito de responsabilidade editorial.

Também continuarão as negociações nas Nações Unidas sobre os padrões de bom comportamento internacional no ciberespaço, numa época em que os Estados adquirem armas cibernéticas cada vez mais sofisticadas.

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