Tecnologia

“Superbateria” vai alimentar smartphone por duas semanas

A empresa Lilliputian Systems prepara uma célula de combustível portátil capaz de recarregar a bateria de um smartphone mais de dez vezes

Com o tamanho de um celular, o carregador de bateria da Lilliputian funciona com cartuchos descartáveis de gás combustível (Divulgação)

Com o tamanho de um celular, o carregador de bateria da Lilliputian funciona com cartuchos descartáveis de gás combustível (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 9 de maio de 2012 às 15h58.

São Paulo — A empresa americana Lilliputian Systems se prepara para lançar uma fonte de energia portátil que é capaz de recarregar a bateria de um smartphone entre 10 e 14 vezes antes de precisar, ela própria, ser recarregada. O dispositivo, que usa tecnologia de célula de combustível, tem o tamanho de um celular. Por meio de um conector USB, ele será capaz de fornecer energia a qualquer aparelho compatível com esse padrão. 

A Lilliputian foi fundada dez anos atrás por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. Seu objetivo era transformar em produto a tecnologia de célula de combustível de silício inventada no laboratório de pesquisa. A “superbateria” criada pela empresa será vendida nos Estados Unidos pela rede de lojas Bookstone com a marca da varejista. 

O dispositivo usa butano como combustível. É um dos componentes do gás liquefeito de petróleo, queimado na maioria dos fogões brasileiros. Esse combustível será vendido em cartuchos descartáveis do tamanho de um isqueiro. A empresa não divulgou o preço da fonte de energia, mas diz que cada cartucho deverá custar alguns dólares nos Estados Unidos. 

Células de combustível são usadas há décadas para produzir energia para satélites artificiais e equipamentos militares. Também têm sido usadas, experimentelmente, para alimentar veículos elétricos. Seu alto custo, no entanto, tem inviabilizado o uso mais amplo. A Lilliputian é uma das empresas que vêm buscando baratear essa tecnologia para que possa ser empregada em produtos de consumo.


Outras companhias – como a MTI Micro, que também desenvolve uma célula de combustível para dispositivos eletrônicos – usam uma tecnologia diferente, em que o combustível é o metanol. A Toshiba chegou a vender, no Japão, um carregador de beteria movido a metanol – o Dynario – em 2009. Um dos problemas do Dynario é que ele custava cerca de 300 dólares, preço obviamente alto demais.

O outro problema é que o artefato da Toshiba ainda não tinha aprovação para uso em aviões, já que havia dúvidas quanto à segurança. Agora, a Lilliputian diz que tanto sua fonte de energia como os cartuchos de combustível foram certificados para uso em aeronaves. Eles estarão sujeitos às mesmas normas que regulam o transporte de isqueiros, por exemplo.

A base da célula de combustível da Lilliputian é uma lâmina de silício onde ocorrem as reações químicas que produzem a eletricidade. A lâmina é fabricada pela Intel, dona de uma parte da Lilliputian. Nesse reator químico com o tamanho de uma bateria de 9 volts, o butano é decomposto em hidrogênio e monóxido de carbono. Depois, esses dois gases reagem com o oxigênio do ar, liberando vapor d’água e gás carbônico. Essa segunda reação química produz tensão elétrica no circuito de silício.

Se esse tipo de fonte de energia realmente tiver um custo viável e puder fornecer corrente elétrica estável, seu uso poderá se tornar muito mais amplo. Poderá substituir as baterias dos laptops e até dos carros elétricos, por exemplo. Mas a relutância da Lilliputian em divulgar uma previsão de preço é um indício de que, talvez, isso não vá acontecer logo. Em 2010, a empresa chegou a dizer que essa fonte de energia portátil custaria por volta de 100 dólares nos Estados Unidos. E alguns especialistas acham que o preço pode ser até mais alto.

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