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Sucesso rápido da Huawei é alvo de desconfiança dos EUA

Empresa teria copiado e roubado propriedade intelectual de rivais ocidentais

 (David Becker/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 27 de dezembro de 2018 às 06h22.

A Huawei Technologies queria uma maneira melhor de testar seus celulares, então enviou um engenheiro para ver o "Tappy", o robô do laboratório da empresa parceira T-Mobile US em Bellevue, Washington.

“Tappy”, acionado por computador e incansável, toca as telas sensíveis ao toque, simulando semanas de uso em um dia. O engenheiro da Huawei estava intrigado com as pontas dos dedos de Tappy. Então ele pegou uma, guardou na capa da laptop e levou embora com ele, uma ação que a T-Mobile considera como roubo.

O incidente ocorrido em 2013, descrito em um processo judicial aberto pela T-Mobile no ano seguinte, é o tipo de comportamento da maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China que preocupa os especialistas em segurança. Agora, alguns deles estão avisando para não usarem os equipamentos da Huawei da rede 5G, que estão sendo montados para conectar fábricas, veículos, residências, redes de serviços públicos e muito mais.

“Eles superaram todos os outros e conseguiram isso por meio da tecnologia de imitação (copycat) e do roubo impiedoso da propriedade intelectual das empresas ocidentais”, disse Jeff Ferry, economista da Coalition for a Prosperous America, um grupo ativista próximo ao governo de Donald Trump e de seus membros linha-dura contra a China.

Prisão

Representantes da sede chinesa da Huawei encaminharam telefonemas para Chase Skinner, porta-voz da Huawei em San Francisco, que preferiu não comentar. A Huawei tem negado reiteradamente que rouba propriedade intelectual ou que copia tecnologia de outras empresas de forma desonesta. A empresa afirmou nesta semana que a incorporação sem provas de seus equipamentos a uma lista negra prejudicará o setor e interromperá o desenvolvimento de novas tecnologias de alta velocidade.

Mas a conduta da Huawei está novamente sob os holofotes após a prisão em 1º de dezembro em Vancouver da diretora financeira Meng Wanzhou sob a alegação de que ela teria fraudado bancos para violar as sanções iranianas. Filha do bilionário fundador da Huawei, Ren Zhengfei, Meng agora pode ser extraditada para os EUA em um caso que provocou uma disputa diplomática.

A prisão de Meng chega após uma longa série de acusações do governo dos EUA sobre uma possível ameaça à segurança da rede. Os EUA pressionaram os governos europeus para que evitassem os equipamentos da Huawei, afirmando que a firma facilitava a espionagem chinesa, algo que a empresa sempre desmentiu.

A T-Mobile dispensou a Huawei como fornecedora e, em 2017, um júri concedeu à empresa americana US$ 4,8 milhões em indenizações por quebra de contrato, mas rejeitou as acusações de apropriação indevida de segredos comerciais. Depois, as duas partes concordaram em desistir do caso após negociarem. Michael Kipling, advogado da T-Mobile no caso, preferiu não comentar, e Bo Yue, o advogado da Huawei, não respondeu a um pedido de comentário.

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