Lançado há pouco mais de dois anos, o tocador de música digital iPod está ajudando a Apple a melhorar a imagem da empresa junto aos analistas de mercado. Na segunda-feira (29/11), as ações da companhia fecharam em alta de 6%, após dois bancos de investimento elevarem o preço-alvo dos papéis da Apple, estimulados pelo bom desempenho de vendas do iPod.

O aparelho, capaz de armazenar o equivalente a 1 000 CDs de música, é o tocador de MP3 mais vendido no mundo. Sozinho, o iPod responde por 82% do mercado mundial de aparelhos de música digital. Sua participação na receita da Apple também acompanhou a ascensão dos negócios. Há um ano, o tocador representava 12% do faturamento. No último trimestre, bateu em 23% de uma receita total de 2,36 bilhões de dólares.

Segundo o jornal britânico Financial Times, a Apple é uma das companhias que lidera o índice S&P 500 neste ano, registrando uma valorização de mais de 200% desde janeiro. Ontem, os papéis encerraram o pregão da bolsa de Nova York cotados a 68,44 dólares.

A força das vendas do iPod levou o banco UBS elevar a estimativa para os papéis, nos próximos 12 meses. A instituição espera, agora, que as ações atinjam uma cotação de 77 dólares, contra a previsão anterior de 66 dólares. Já a Merrill Lynch elevou o preço-alvo de 61 para 78 dólares.

Muitos analistas acreditam que o sucesso do iPod deve influenciar positivamente a venda de outros produtos da Apple, pois consumidores satisfeitos com o aparelho terão menos resistências a consumir outros equipamentos da companhia. As vendas de computadores da Apple, por exemplo, crescem a taxas modestas neste ano. Para muitos, esse é o principal paradoxo da empresa: ser extremamente criativa, mas não conseguir se manter na liderança dos mercados que ajuda a criar.