Tecnologia

STF terá audiência pública para discutir bloqueio do WhatsApp

Ainda não há data definida para a audiência pública, que deve debater os bloqueios judiciais do WhatsApp

WhatsApp: audiência vai debater a quebra de sigilo de usuários específicos e a abrangência dos bloqueios judiciais (Getty Images)

WhatsApp: audiência vai debater a quebra de sigilo de usuários específicos e a abrangência dos bloqueios judiciais (Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 08h41.

São Paulo - O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inscrições para a participação em uma audiência pública determinada a discutir bloqueios judiciais do WhatsApp.

Ainda sem data definida, a sessão será utilizada para ajudar o ministro Luiz Edson Fachin, relator de ação sobre o tema, a entender se é possível quebrar o sigilo das mensagens de usuários específicos.

Segundo o WhatsApp, não é possível quebrar o sigilo das comunicações por razões técnicas - desde o ano passado, o aplicativo utiliza criptografia de ponta a ponta.

Outro tema que será debatido é a necessidade de bloqueios ao aplicativo em todo território nacional, ou se é possível bloqueá-lo apenas em determinadas regiões para fins de investigações criminais.

A audiência acontece meses depois de dois bloqueios judiciais ao aplicativo, a pedido de juízes de Sergipe (maio) e Rio de Janeiro (julho), e é consequência de uma ação movida pelo Partido Popular Socialista (PPS) em julho deste ano.

Para participar, os representantes deverão ter especialização técnica no assunto, e devem enviar e-mail para apdf403@stf.jus.br até o próximo dia 25 de novembro.

A mensagem deverá conter a qualificação do órgão, entidade ou especialista, sua indicação, um breve currículo e um sumário dos temas abordados na audiência.

Quem for escolhido para participar deverá responder, durante a audiência, a quatro perguntas.

1 - Em que consiste a criptografia ponta a ponta (end to end) utilizada por aplicativos de troca de mensagens como o WhatsApp?

2 - Seria possível a interceptação de conversas e mensagens realizadas por meio do aplicativo WhatsApp ainda que esteja ativada a criptografia ponta a ponta (end to end)?

3 - Seria possível desabilitar a criptografia ponta a ponta (end to end) de um ou mais usuários específicos para que, dessa forma, se possa operar interceptação juridicamente legítima?

4 - Tendo em vista que a utilização do aplicativo WhatsApp não se limita a apenas uma plataforma (aparelhos celulares/smartphones), mas permite acesso e utilização também em outros meios, como, por exemplo, computadores (no caso do WhatsApp mediante o WhatsApp Web/Desktop), ainda que a criptografia ponta a ponta (end to end) esteja habilitada, seria possível "espelhar" as conversas travadas no aplicativo para outro celular/smartphone ou computador, permitindo que se implementasse ordem judicial de interceptação em face de um usuário específico?

Acompanhe tudo sobre:Supremo Tribunal Federal (STF)WhatsApp

Mais de Tecnologia

JD.com intensifica investimentos em inteligência incorporada com novas startups

Com reforma tributária, Serpro se prepara para processar 800 bilhões de operações por ano

Apple prepara iPhone dobrável e acende esperança em mercado que deve encolher 4%

Empolgação com robotáxis é precoce, dizem analistas do HSBC