Tecnologia

Startups trazem de volta a 'velha internet' com estética nostálgica de Myspace, Tumblr e Instagram

Plataformas digitais resgatam layouts e funcionalidades clássicas para atrair usuários da Geração Z

A estratégia de marketing também explora a nostalgia, comparando novos aplicativos com serviços antigos

A estratégia de marketing também explora a nostalgia, comparando novos aplicativos com serviços antigos

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 18h34.

Uma nova geração de startups de tecnologia está criando plataformas que tentam resgatar a experiência e a estética da internet das décadas de 2000 e 2010. Perfis inspirados no Myspace, feeds com a cara do Tumblr e ferramentas de descoberta espontânea semelhantes às do StumbleUpon estão sendo recriados para conquistar usuários que buscam uma internet mais social, interativa e criativa.

Empresas como Perfectly Imperfect, Noplace, Cosmos e Lore são exemplos desse movimento, oferecendo experiências digitais que priorizam nostalgia, personalização de perfis e interação social mais direta, em contraste com algoritmos de curadoria de conteúdo dominantes atualmente.

Design nostálgico

Fundadores e especialistas em tecnologia apontam que a nostalgia está no centro dessa tendência. “Como usuária ávida do Tumblr na adolescência, a relevância cada vez menor da plataforma foi uma grande parte do motivo pelo qual eu quis fundar a empresa", disse Zehra Naqvi, fundadora da Lore, ao Business Insider.

Estudos da Harris Poll de 2024 indicam que a Geração Z nos EUA demonstra um desejo de voltar a plataformas mais simples, com quase metade dos entrevistados pretendendo que aplicativos como TikTok e Snapchat "nunca tivessem sido inventados".

O design das plataformas reflete essa intenção. PI.FYI, da Perfectly Imperfect, lembra o Myspace e o Tumblr, com perfis personalizados, postagens sobre música, filmes e cultura pop, e feeds que incentivam conversas genuínas. O Noplace reproduz elementos como o "Top 8" de amigos, enquanto o Cosmos combina recursos de descoberta criativa inspirados em Tumblr e Pinterest.

Especialistas em cultura digital apontam que a estética lo-fi (low fidelity ou baixa fidelidade, em português) e a rejeição de algoritmos padronizados fazem parte da estratégia de engajamento.

Segundo o BI, além do design, a estratégia de marketing também explora a nostalgia, comparando novos aplicativos com serviços antigos e criando conexões emocionais com usuários que cresceram na internet pré-algoritmos.

Apesar da idealização da internet antiga, a pesquisadora Frances Corry disse ao site que o período não era isento de interesses econômicos ou influências externas. No entanto, a lembrança coletiva enfatiza a criatividade, a comunidade e a espontaneidade das primeiras plataformas digitais.

"Acho que existe essa crença, e possivelmente uma crença equivocada, de que a internet inicial não era sobre dinheiro, não era sobre influência, não era sobre uma versão muito selecionada de si mesmo", observou Corry.

Acompanhe tudo sobre:StartupsGeração ZRedes sociais

Mais de Tecnologia

Após queda do governo no Nepal, 145 mil pessoas discutem sucessão em chat no Discord

Prevista para esta sexta, pré-venda do iPhone Air é adiada na China por impasse sobre eSIM

Microsoft faz concessões e escapa de multa da União Europeia por Teams e Office

Zuckerberg vai à guerra: Meta entra em programa de óculos de combate do exército dos EUA