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Starlink: Cada antena da internet por satélite tem prejuízo de US$ 1 mil

Mesmo com assinatura mensal e antena totalizando 600 dólares, Starlink perde dois terços para produzir cada aparelho

Elon Musk: bilionário quer oferecer Starlink para "veículos em movimento" e residências (Win McNamee/Getty Images)

Elon Musk: bilionário quer oferecer Starlink para "veículos em movimento" e residências (Win McNamee/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 7 de abril de 2021 às 10h30.

Última atualização em 7 de abril de 2021 às 11h38.

Até Elon Musk passa por alguns perrengues de vez em quando. A SpaceX está aceitando um prejuízo de mil dólares por cada venda da Starlink, serviço de internet ultra-rápida via satélite e mais uma das invenções do bilionário.

Nesta terça-feira (06), a presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, disse que o custo de produção atingiu seu nível mais barato até agora: 1.300 dólares, aproximadamente 7.200 reais. Em outras versões, a empresa aeroespacial já gastou 1.500 e até 3.000 dólares pela mesma unidade de equipamento.

Shotwell afirma que o objetivo é fazer com que o preço abaixe mais ainda e que nos próximos dois anos seu custo de produção deve ficar por volta de "algumas centenas" de dólares. A empresa também não tem intenção de oferecer níveis de serviço e preços diferentes, e sim manter ele o mais simples e transparente possível”.

Para ter a rede Starlink em sua casa, é preciso pagar por uma assinatura mensal de 99 dólares. O consumidor também precisará comprar antena, tripé e roteador Wi-Fi da SpaceX, disponíveis por 499 dólares (por volta de 2.700 reais). Isso significa que, a cada novo consumidor, a SpaceX perde por volta de dois terços do custo.

Com o slogan "Melhor do que nada", a internet ultra-rápida de Musk promete velocidade de acesso entre 50 e 150 Mbps e uma atualização do seu software de rede em 2021, com redução da latência para algo entre 16 e 19 milissegundos. 

Em entrevista, Shotwell afirmou que a SpaceX não “tem um prazo para sair da fase beta”, e que a empresa ainda tem “muito trabalho a fazer para tornar a rede confiável”. Ao mesmo tempo, Musk planeja expandir o Starlink para além das residências, oferecendo internet para "veículos em movimento", como carros, aeronaves, navios e caminhões.

Por enquanto, existem 1.300 satélites do Starlink em órbita e a expectativa é que este número chegue a um total de 4.425 em 2024. Segundo a empresa, a largura de banda irá aumentar com o lançamento de mais satélites. Em um comunicado ao órgão da indústria de telecomunicações do governo norte-americano em março, Musk afirmou que há “mais de 10.000 usuários” da Starlink pelo mundo.

Starlink no Brasil?

A Starlink já está disponível para reservas e pode estar disponível em algumas cidades do Brasil, como indica o site da empresa, até o final de 2021.

Para testar, a EXAME colocou o endereço do próprio escritório, em São Paulo, no site do Starlink e recebeu a seguinte mensagem: "A Starlink tem como alvo a cobertura em sua área no final de 2021. A disponibilidade é limitada. Os pedidos serão atendidos por ordem de chegada".

Ainda não há garantia de que a Starlink vai chegar mesmo ao Brasil, já que ainda seria necessária a aprovação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Porém, segundo informações da MSN, a empresa tem registros para conduzir negócios no Brasil, além de outros 13 países: Áustria, Argentina, França, Chile, Colômbia, Irlanda, Itália, México, Holanda, Nova Zelândia, Filipinas, África do Sul e Espanha.

O valor é reembolsável e fazer um depósito não garante o serviço, que pode demorar "seis meses ou mais" para ser realizado e, pelo jeito, será oferecido para os primeiros que fizerem o cadastro.

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