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Spotify Super Premium? Streaming prometia assinatura revolucionária, mas projeto foi para a gaveta

Após dois anos de estudos, plataforma ainda não consegue definir quando nova categoria será lançada nem quais benefícios ela trará aos assinantes

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 11h21.

O Spotify está há dois anos tentando lançar um plano “super premium” que ofereça vantagens exclusivas para os fãs mais dedicados – e dispostos a pagarem mais por isso –, mas a data do anúncio da novidade ainda parece distante.

Inicialmente prevista para 2023, a estreia foi adiada para 2024 e, agora, não há previsão definida. Mais ainda, mesmo sem ter abandonado a ideia, os executivos não podem sequer dizer quando essa versão mais cara estará disponível.

Segundo Alex Norstrom, co-presidente e diretor de negócios do Spotify, a empresa mantém “altos padrões de valor” para o lançamento de novos produtos. “Estamos progredindo, mas está levando tempo”, disse em teleconferência com analistas, segundo a Bloomberg.

Depois de ajudar a popularizar o streaming musical, a meta da empresa sueca se tornou criar uma oferta que convença os usuários a pagarem mais – atualmente, o padrão é de US$ 5 mensais (cerca de R$ 27) – , aproveitando o comportamento de superfãs, que gastam em média 80% a mais com música ao vivo do que ouvintes comuns, segundo a consultoria Luminate.

No entanto, o principal desafio do Spotify é definir quais recursos estarão disponíveis no plano, enquanto negocia com gravadoras e promotores de shows sobre direitos para oferecer acesso antecipado a lançamentos musicais e ingressos.

Diante das dificuldades, a estratégia atual da empresa parece apostar mais na expansão gradual de recursos para todos os assinantes, em vez de se concentrar em um nicho – ainda que premium e disposto a pagar mais. A ideia é aumentar a receita recorrente, estimular a migração de usuários gratuitos para pagos e ganhar tempo para entender o que realmente define um superfã.

Para isso, recentemente o Spotify já começou a testar algumas ideias em seu serviço pago atual, como a função de mixagem de áudio entre faixas e o acesso à pré-venda de ingressos para shows, com o objetivo de tornar o plano atraente para os usuários existentes e expandir a base pagante.

Ao mesmo tempo, há pressão para que a plataforma e outras empresas de tecnologia aumentem os preços e criem planos premium para superfãs, como forma de compensar a desaceleração do ritmo de crescimento desde o boom do streaming.

Ásia é o modelo visado para superfãs

Quando o assunto são superfãs, executivos olham para o que empresas asiáticas, como a chinesa Tencent Music e a sul-coreana Hybe, estão fazendo com sucesso. Elas criaram modelos de interação entre artistas e superfãs que combinam streaming, programação ao vivo, redes sociais e vendas de produtos exclusivos, servindo de referência para estratégias de monetização.

No Ocidente, iniciativas semelhantes, como o app Weverse, criado pela Hybe para que fãs interajam com grupos de K-pop como o BTS, ainda enfrentam dificuldades para atrair artistas de grande relevância. A Warner Music também está desenvolvendo um app para superfãs, mas ainda sem previsão de lançamento.

Analistas destacam que a indústria musical ainda subutiliza o potencial financeiro dos superfãs. No entanto, apesar das oportunidades, integrar lançamentos, produtos e experiências exclusivas em um único serviço torna a implementação de um plano super premium desafiadora. Por isso, a aposta do Spotify em, ao menos por enquanto, focar na expansão da base de usuários pagantes, ainda que as assinaturas sejam de poucos dólares ou reais mensais.

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