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SoundCloud se torna mais parecido com outros serviços

O SoundCloud está finalmente decidido a apaziguar as gravadoras


	Tablet com tela do app SoundCloud: usuários do SoundCloud agora podem pagar US$ 10 por mês para ouvir sem anúncios
 (Montagem/Place.it/Site Exame)

Tablet com tela do app SoundCloud: usuários do SoundCloud agora podem pagar US$ 10 por mês para ouvir sem anúncios (Montagem/Place.it/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2016 às 21h52.

SoundCloud está finalmente decidido a apaziguar as gravadoras. Mas ser como todo mundo no negócio de streaming de música pode não resolver os desafios financeiros da startup com sede em Berlim.

Na terça-feira, a SoundCloud lançou o muito esperado serviço premium, SoundCloud Go, que é muito semelhante às ofertas existentes dos rivais.

Esta é uma grande mudança para a empresa, que ganhou destaque por ser diferente. É conhecida como o YouTube das faixas de áudio graças a uma enorme biblioteca de remixes gratuitos e exclusivos, Lados B e sets de DJs que atraíram muito mais ouvintes do que Spotify, Apple Music ou Pandora.

Os usuários do SoundCloud agora podem pagar US$ 10 por mês para ouvir sem anúncios, a capacidade de guardar faixas offline e acesso aos catálogos completos das grandes gravadoras e milhares de selos independentes. Isso dá aos assinantes pagos milhões de músicas que já estão disponíveis em outros serviços de assinatura, mas não no SoundCloud.

“De repente temos um serviço de música que tem toda a amplitude da criatividade. Isso nunca foi feito antes”, disse Alexander Ljung, co-fundador e CEO do SoundCloud. O serviço gratuito do SoundCloud continua inalterado.

A enorme base de usuários da SoundCloud atormenta a indústria da música há anos, mas sua incapacidade de transformar isso em receita importante deixava as gravadoras loucas.

A SoundCloud estava sob forte pressão para desenvolver um serviço pago e enfrentaria ações legais se não terminasse licenciando a música que aparece no seu serviço.

A empresa concluiu acordos com todas as grandes gravadoras, bem como editoras e gravadoras independentes. Nas negociações, os novos parceiros da SoundCloud levaram a empresa para o mesmo modelo usado por serviços de assinatura existentes, como Spotify e Apple Music. O YouTube do Google concluiu negociações de licenças igualmente delicadas para seu serviço de música paga no ano passado.

Isto pode não melhorar os pontos fortes da SoundCloud, mas agravar os problemas financeiros da empresa, disse Mark Mulligan, analista da Midia Research, que acompanha a indústria da música digital. “Eles estão sendo empurrados para se tornar um serviço freemium pouco original”, disse ele. “Vai ser um grande problema para eles”.

Muito do sucesso da SoundCloud estava na hospedagem de músicas carregadas por DJs ou outros músicos que não eram os titulares de todos os direitos sobre as músicas que remixavam ou sampleavam.

Depois que a SoundCloud começou a assinar acordos de licenciamento, alguns DJs se queixaram de que a empresa estava tirando sua música do serviço. Ljung reconheceu que modelo de negócios da empresa mudou sua atitude de laissez-faire inicial com os direitos autorais. Ele se recusou a discutir detalhes sobre o que a SoundCloud retira, como identifica quem pagar, ou como distribui royalties. “A resposta curta é que é complicado”, disse ele.

Ljung argumenta que um serviço pago vai desencorajar que os selos musicais exijam a retirada de músicas porque vão ganhar dinheiro com essas faixas. Isso só vai acontecer se as pessoas começarem a pagar, por isso, o principal desafio da SoundCloud será converter usuários gratuitos em assinantes.

A SoundCloud diz que tem atualmente 175 milhões de usuários mensais, um número que não se alterou significativamente em mais de um ano. Ljung diz que dezenas de milhões de seus usuários são “altamente engajados”.

O risco para a SoundCloud não é apenas que os usuários não queiram pagar; é que já assinem um dos seus concorrentes. As pessoas que usam SoundCloud representam três vezes mais que a média de ouvintes de streaming que já pagam por um serviço de música, de acordo com uma pesquisa realizada em janeiro pela MusicWatch, uma empresa de pesquisa.

A SoundCloud terá que atrair os melhores clientes dos rivais. Outros serviços de streaming tentaram fazer isso, garantindo conteúdos exclusivos apenas para assinantes pagos. No entanto, exclusividades do SoundCloud vão continuar disponível em seu serviço gratuito.

Mesmo se o SoundCloud Go atrair novos usuários, pode não resolver suas finanças. A SoundCloud perdeu US$ 43 milhões em 2014, de acordo com seus balanços mais recentes. Se pagar as mesmas taxas que Spotify, a SoundCloud terá apenas cerca de 30 centavos de cada dólar que são pagos depois de pagarem as gravadoras.

Não há serviço de streaming de música que seja rentável sob este modelo. Ljung dá a mesma resposta que seus concorrentes: a matemática pode não funcionar agora, mas vai melhorar quando a SoundCloud tiver assinantes suficientes.

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