Tecnologia

Sony e Facebook disputam liderança por realidade virtual

“Para ser sincero, não sabemos como vai ser a demanda”, disse diretor de desenvolvimento da Sony sobre aparelho que será lançado em seis semanas

Aparelho de realidade virtual da Sony: “para ser sincero, não sabemos como vai ser a demanda”, disse diretor de desenvolvimento da Sony (Divulgação/Sony)

Aparelho de realidade virtual da Sony: “para ser sincero, não sabemos como vai ser a demanda”, disse diretor de desenvolvimento da Sony (Divulgação/Sony)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 17h53.

Shuhei Yoshida tem motivos para comemorar. Dentro de seis semanas será o lançamento do primeiro headset de realidade virtual do diretor de desenvolvimento de jogos da Sony e a demanda parece promissora.

O aparelho, que custa US$ 399, já está esgotado em lojas do mundo inteiro e a maioria dos clientes ainda nem experimentou o produto.

No entanto, em uma tarde chuvosa em Tóquio, esse homem de 52 anos está francamente preocupado. Ele diz que é quase impossível prever como os clientes reagirão à nova tecnologia porque ela é extremamente diferente de tudo o que já existe.

O paralelo mais próximo que ele conseguiu traçar foi o de ter ajudado a lançar o primeiro console PlayStation há mais de duas décadas.

“Para ser sincero, não sabemos como vai ser a demanda”, disse Yoshida, em uma sala de conferências na sede da Sony, ao lado de uma demonstração dinâmica dos novos aparelhos. Em termos de inovação, esta é a maior desde o PS1 e talvez até seja maior que ele”.

A realidade virtual chamou a atenção de todos, de Mark Zuckerberg, do Facebook, ao presidente Barack Obama, mas a viabilidade comercial ainda é uma questão em aberto. O Facebook e a taiwanesa HTC lançaram headsets neste ano e as vendas têm sido moderadas.

Yoshida está decidido a criar o primeiro sucesso estrondoso. A Sony está cobrando muito menos por seu equipamento do que as rivais e pode construir uma base inicial de usuários com as mais de 40 milhões de pessoas que possuem um PlayStation 4.

A empresa também planeja ir muito além dos jogos -- para música, eventos esportivos e até medicina e ensino virtual.

Os analistas estão otimistas. O Goldman Sachs estima que a Sony venderá pelo menos 1,5 milhão de headsets neste ano, muito à frente de seus principais concorrentes, apesar de ter entrado na corrida meses depois.

A previsão para o ano que vem é de que a Sony chegará à marca de 3 milhões de aparelhos, três vezes mais do que o Vive, da HTC, e seis vezes mais do que o Oculus, do Facebook.

Os analistas citam “preços mais atraentes que os da concorrência e disponibilidade de diversos conteúdos exclusivos” como motivos para prever uma vantagem para a Sony.

Até agora os consumidores não estão demonstrando muita hesitação. O aparelho chegará ao mercado no dia 13 de outubro e as encomendas já esgotaram em sites populares, como os portais da Amazon.com nos EUA e no Japão.

Yoshida disse que a demanda está “dentro ou acima das expectativas” e que sua equipe está trabalhando para aumentar a oferta.

As ambições de Yoshida o colocam em rota de colisão com concorrentes como Facebook. Quando Zuckerberg anunciou a compra da Oculus VR por US$ 2 bilhões em março de 2014, ele pediu aos consumidores para “imaginar que estavam assistindo a um jogo de basquete sentados nas cadeiras da quadra” e que “estavam estudando em uma sala de aula com colegas e professores do mundo inteiro”.

O Facebook não quis fazer comentários para esta reportagem. A empresa não divulgou os números de vendas do headset Oculus, que chegou ao mercado em março.

“Não se deve subestimar o DNA e a força da Sony”, disse Thomas Husson, analista da Forrester Research. “Eles estão bem posicionados para capitalizar esta tendência”.

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