Tecnologia

"Somos péssimos ao lidar com abuso e trolls", diz CEO do Twitter

A declaração do CEO foi postada em fóruns internos do Twitter, em resposta a um funcionário que havia mencionado um artigo do The Guardian

Dick Costolo (Getty Images)

Dick Costolo (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 09h22.

O CEO do Twitter, Dick Costolo, afirma que a empresa "é péssima ao lidar com abuso e trolls na plataforma, e tem sido péssima há anos", em um memorando vazado nesta semana.

A declaração do CEO foi postada em fóruns internos do Twitter, em resposta a um funcionário que havia mencionado um artigo do The Guardian no qual a comediante Lindy West – que é constantemente atacada no Twitter – fala sobre sua experiência com trolls nas mídias sociais.

No documento, ao qual o The Verge teve acesso, o funcionário pergunta o que poderia ser feito. Leia a íntegra (em tradução livre) abaixo:

“Na segunda-feira, 02 de fevereiro de 2015 às 04:37, Adrian Cole escreveu:

Uma leitura obrigatória sobre cyberbullying. Uma seção sugere que o Twitter poderia fazer mais. 

‘Estou ciente de que o Twitter está bem, dentro de seus direitos, para deixar sua plataforma ser usada como veículo para o assédio sexista e racista. Mas, como uma empresa privada – assim como um comediante remoendo uma piada de estupro, ou um troll em busca de um alvo para sua raiva – ela poderia optar por não fazê-lo. Como um coletivo de seres humanos, poderia optar por ser melhor’.”.

Em resposta, Costolo francamente reconheceu a lentidão do Twitter em adotar ferramentas para combater os trolls.

“Na segunda-feira, 02 de fevereiro de 2015 em 20:35, Dick Costolo escreveu:

Nós somos péssimos ao lidar com o abuso e trolls na plataforma e temos sido assim durante anos. Não é nenhum segredo e o resto do mundo fala sobre isso todos os dias. Perdemos usuários-chave após usuários-chave por não abordar as simples questões de troll que eles enfrentam todos os dias.

Estou francamente envergonhado de quão mal temos lidado com esta questão durante o meu mandato como CEO. É um absurdo. Não há desculpa para isso. Assumo total responsabilidade por não ser mais agressivo neste assunto. Não é culpa de ninguém, só minha, e é embaraçoso.

Nós vamos começar a chutar essas pessoas pra fora certificando-nos de que, quando eles emitirem seus ataques ridículos, ninguém os ouvirá.

Todo mundo na equipe de liderança sabe que isto é vital.

@dickc”.

No dia seguinte, o CEO enviou uma mensagem reiterando que ele estava assumindo a responsabilidade pela lentidão do Twitter na resolução do problema.

“Na terça-feira, 3 de fevereiro de 2015 às 12:45 horas, Dick Costolo escreveu:

“Deixe-me ser muito claro sobre a minha resposta aqui. Eu tomo responsabilidade pessoal pela nossa incapacidade de lidar com isso como uma empresa. Eu pensei ter feito isso na minha mensagem anterior, então me deixe reiterar o que disse, que é que eu assumo a responsabilidade pessoal por isso. Eu disse especificamente ‘Não é culpa de ninguém, mas só minha’.

Temos de ser capazes de dizer uns aos outros a verdade, e a verdade que todo mundo sabe é que não temos lidado efetivamente com esse problema – nem remotamente, no grau que deveríamos – e agora isso é responsabilidade minha e de mais ninguém. Então, agora nós iremos corrigi-lo, e eu vou assumir total responsabilidade para garantir que as pessoas que trabalham dia e noite sobre isto tenham os recursos necessários para resolver a questão, e que há linhas claras de responsabilidade e prestação de contas e que nós não nos equivocamos em nossas decisões e escolhas.

Dick

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetINFOInternetRedes sociaisseguranca-digitalTwitter

Mais de Tecnologia

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam