Rainey Reitman: ela citou exemplos de controle da web adotados em países do Oriente Médio e China, que impedem os usuários de acessar livremente a internet. (Flickr/Campus Party)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 19h56.
São Paulo - Uma das estrelas do terceiro dia de debates na Campus Party São Paulo, a diretora da Eletronic Frontier Foundation (EEF), Rainey Reitman, defendeu que o uso de soluções não proprietárias protegerá o usuário da censura e do controle de corporações e governos.
De acordo com Rainey, programas e protocolos abertos como o HTTPS, TOR e Pigdon (que encriptam os dados dos usuários) são soluções para combater a censura na internet e evitar, por exemplo, que órgãos policiais e de imigração possam acessar todo seu histórico na internet e ainda impedir que o usuário encontre determinados termos na web.
Durante sua apresentação, Rainey citou exemplos de controle da web adotados em países do Oriente Médio e China, que impedem os usuários de acessar livremente os dados disponíveis na internet.
Ao invés de centrar críticas contra os governos destes países, Rainey mirou os Estados Unidos ao lembrar que a nação americana, que defende a democracia, fornece os equipamentos que permitem à China, por exemplo, implementar filtros de dados online. “O governo chinês usa equipamentos da americana Cisco para controlar sua internet”, disse Rainey
A ativista aproveitou sua apresentação para pedir ajuda aos campuseiros. Segundo Rainey, os jovens acampados podem estudar software livre e ajudar outros internautas a se proteger das armadilhas de soluções proprietárias. “Pessoas que criam ferramentas para a internet são presentes para o mundo. Elas não fazem isso por dinheiro, nem para fazer amigos, mas porque acreditam no propósito por trás disso. E isso é fundamental para o mundo”, argumentou.
Rainey também defendeu a ideia de que o uso livre da web pode acelerar transformações políticas no mundo e democratizar a sociedade. A ativista citou como exemplo a recente onda de protestos nos países árabes em favor da democracia, todas impulsionadas pelo uso da internet e redes sociais, estas últimas, curiosamente, serviços proprietários que captam milhões de dados de seus usuários.