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Software detecta depressão em textos de blog

Para pesquisadores, resultados podem ser usados na identificação de possíveis suicidas

Programa pode servir como uma ferramenta para pré-diagnosticar pacientes (.)

Programa pode servir como uma ferramenta para pré-diagnosticar pacientes (.)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2010 às 18h48.

São Paulo - Um grupo de pesquisadores da Universidade Ben-Gurion, de Israel, desenvolveu um software capaz de detectar estado de depressão em pessoas por meio da análise de posts em blogs. O programa se baseia em aspectos da linguagem dos autores de textos para fazer o diagnóstico. Segundo os responsáveis pela novidade, a invenção pode servir como uma ferramenta de monitoramento de pacientes.

Em testes, o software analisou mais de 300 mil blogs escritos em inglês e classificou os blogueiros, gerando duas listas, com "os cem mais deprimidos" e "os cem menos deprimidos". Uma banca de quatro psicólogos fez a mesma análise, e a correlação entre as conclusões dos humanos e do computador foi de 78%.

"Um psicólogo sabe como identificar diferentes estados emotivos por meio da intuição. Aqui temos um programa que faz isso metodicamente por meio do uso inovativo da 'inteligência web'", explicou um dos desenvolvedores do programa, Yair Neuman.

Segundo ele, o programa detecta índices de depressão implícitos em textos que não mencionam termos óbvios como "depressão" ou "suicídio". O algoritmo foca em palavras que expressam emoções diversas, como nome de cores que o blogueiro utiliza metaforicamente para descrever situações. Além disso, termos que descrevem sintomas de depressão, como insônia ou solidão, são reconhecidas pelo software como pertencentes a textos depressivos.

Para os pesquisadores, os resultados podem ser usados para a identificação de possíveis suicidas, já que aumenta a consciência de um indivíduo sobre sua própria condição e permite que especialistas diagnostiquem a necessidade de tratamento. A partir dessa identificação do computador, o paciente poderia procurar ajuda profissional. "Ninguém pode realmente substituir o julgamento humano", disse Neuman.

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