Repórter
Publicado em 23 de abril de 2025 às 18h20.
Cinco anos após o início da pandemia de Covid, o Google passou a exigir que alguns funcionários remotos retornem ao escritório três dias na semana se quiserem manter seus empregos. Caso contrário, serão desligados da empresa.
Várias unidades da big tech comunicaram aos trabalhadores deste regime que suas funções podem estar em risco se eles não cumprirem as novas regras, de acordo com informações da CNBC. Alguns desses funcionários já haviam sido autorizados a trabalhar remotamente.
O Google começou a oferecer a alguns funcionários em tempo integral nos Estados Unidos demissões voluntárias no início de 2025, e alguns funcionários remotos foram informados de que essa seria sua única opção.
Desde o fim da pandemia, mais empresas estão endurecendo suas restrições ao trabalho remoto, forçando alguns funcionários que se mudaram para locais distantes a reconsiderar suas prioridades se quiserem manter seus empregos.
A pressão ocorre em um momento em que o Google e muitos de seus concorrentes da área de tecnologia buscam cortar custos e, ao mesmo tempo, apostar em inteligência artificial, o que exige altos investimentos em infraestrutura e profissionais com maior qualificação técnica. Desde que realizou demissões em massa no início de 2023, a Alphabet realizou cortes em várias equipes, enfatizando a importância de maiores esforços em IA.
No final do ano passado, o Google tinha cerca de 183.000 funcionários, abaixo dos cerca de 190.000 de dois anos antes.
O cofundador do Google, Sergey Brin, disse aos profissionais de IA em fevereiro que eles deveriam estar no escritório todos os dias da semana, sendo 60 horas por semana "o ponto ideal da produtividade", de acordo com um memorando divulgado pela CNBC. Brin disse que a empresa precisa "turbinar" os esforços para acompanhar a concorrência da IA, que "se acelerou imensamente".
Por outro lado, Courtenay Mencini, porta-voz do Google, afirmou que as decisões sobre as exigências de retorno de funcionários remotos aos escritórios são baseadas nas demandas de equipes individuais e não em uma política corporativa.
"Como já dissemos, a colaboração presencial é uma parte importante de como inovamos e resolvemos problemas complexos", disse Mencini em um comunicado. "Para apoiar isso, algumas equipes pediram aos funcionários remotos que moram perto de um escritório que retornassem ao trabalho presencial três dias por semana."
De acordo com um comunicado recente, os funcionários do Google foram informados de que precisam mudar suas jornadas de trabalho para um escritório híbrido ou aceitar um pacote de desligamento voluntário. Os funcionários remotos da unidade estão recebendo uma oferta única de realocação paga para se mudarem a menos de 80 quilômetros de um escritório.
Funcionários remotos de Recursos Humanos, que moram a menos de 80 km de um escritório, devem trabalhar de forma híbrida até o fim do mês ou serão demitidos, de acordo com um memorando interno.
Funcionários desse setor que forem aprovados para trabalho remoto e morarem a mais de 80 km de um escritório podem manter sua organização atual, mas terão que adotar o modelo híbrido se quiserem novas funções na empresa.
Desde março, o Google já havia oferecido um programa de desligamento voluntário para funcionários de tempo integral nos EUA no departamento de Operações de Pessoas, de acordo com um memorando enviado pela diretora de RH, Fiona Cicconi, em fevereiro.
A medida ocorreu depois que a empresa anunciou em janeiro que ofereceria pacotes de desligamento voluntário para funcionários de tempo integral nos EUA no setor de Plataformas e Dispositivos, que inclui Android, Chrome e produtos como Fitbit e Nest. A unidade fez cortes em quase duas dúzias de equipes.
Há um ano, o Google combinou a equipe de Android com a de hardware, sob a liderança de Rick Osterloh, vice-presidente sênior. O executivo afirmou em janeiro que o plano de saída voluntária pode ser adequado para funcionários que têm dificuldades com o horário de trabalho híbrido.
Mencini disse à CNBC que, desde a fusão dos grupos, a equipe "se concentrou em se tornar mais ágil e operar com mais eficiência, o que incluiu algumas reduções de empregos, além do programa de saída voluntária". Ela acrescentou que a unidade continua contratando nos EUA e no mundo todo.