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Snowden 'robô' promete mais revelações sobre espionagem americana

O rosto do fugitivo apareceu na tela de um androide que se locomovia, controlado por ele, pelo palco de uma conferência da fundação TED, em Vancouver

snowden (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 17h58.

O ex-analista de inteligência Edward Snowden emergiu de seu exílio na Rússia na forma de uma robô controlado a distância, prometendo novas revelações sobre o programa de espionagem americano.

O rosto do fugitivo apareceu na tela de um androide que se locomovia, controlado por ele, pelo palco de uma conferência da fundação TED, em Vancouver.

"Com certeza ainda existem revelações a serem divulgadas", prometeu. "Algumas das mais importantes denúncias ainda vão aparecer".

Snowden, que era funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA) e foi acusado de espionagem pelo governo americano, minimizou a discussão sobre se ele é um herói ou um traidor.

Ao invés disso, aproveitou o encontro do TED (sigla em inglês para Tecnologia, Entretenimento e Design) para convocar uma luta mundial pela privacidade e pela liberdade da internet. O criador da internet, Tim Berners-Lee, participou rapidamente do evento.

Herói ou traidor? – "Herói patriota ou traidor, eu diria que sou um americano como qualquer outro", afirmou Snowden. "O que realmente importa é o tipo de governo que queremos, o tipo de internet que queremos".

Ele disse que resolveu divulgar o enorme conjunto de documentos da NSA quando percebeu que a espionagem americana estava indo longe demais, ao acessar dados de milhões de usuários da internet e de telefones celulares.

Argumentando que se tivesse revelado suas preocupações ao Congresso teria sido "enterrado com as informações", Snowden convocou a "imprensa opositora" a desafiar o governo e a incentivar um debate público "sem colocar a segurança nacional em risco".

O ex-funcionário da NSA considerou que as críticas de que seus atos trariam perigo ao país foram infundadas, e que ele continua confortável com suas decisões.

Ele descreveu o programa Prism, que obtinha informações dos usuários através de empresas de tecnologia, como uma maneira de o governo "delegar às corporações o trabalho sujo". Também reclamou do fato de os tribunais quase nunca rejeitarem os pedidos para que as empresas entreguem os dados de seus clientes.

Snowden instigou as companhias de internet a se oporem à espionagem, criptografando sua atividade online. Segundo ele, as pessoas deveriam poder comprar passagens aéreas, fazer ligações ou mandar mensagens de texto sem se preocupar em como isso vai parecer para o governo. 

"São interceptadas mais comunicações entre americanos nos Estados Unidos do que entre russos na Rússia", afirmou.

Carta Magna para a internet – Snowden alertou para o fato de a NSA estar tornando o país, e o mundo, menos seguro ao incentivar padrões baixos de segurança.

"Nossas liberdades básicas não são um assunto partidário", declarou. "Nós devemos protegê-las, nós devemos preservar uma internet livre". Snowden apoiou a campanha de Berners-Lee em sua reivindicação por um Marco Regulatório global que defina os valores e direitos da internet.

"Uma Carta Magna para a internet é exatamente o que precisamos", disse. O TED informou que a NSA foi convidada para participar do evento por "razões logísticas".

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