snowden (afp.com/Paul Gypteau)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Washington - O pai de Edward Snowden, acusado pelo governo dos Estados Unidos de espionagem por ter revelado à imprensa segredos de inteligência, afirmou nesta sexta-feira que o filho está disposto a retornar a seu país, sob a condição de não ser preso antes de ser processado e não ser obrigado a manter o silêncio.
"À esta altura, eu não tenho a sensação de que ele tenha cometido uma traição", declarou Lonnie Snowden ao canal NBC. A emissora informou, no entanto, que pai e filho não se falam desde abril.
"Violou a lei americana, já que divulgou informações confidenciais. Para aqueles que querem catalogá-lo como traidor, traiu o governo, mas eu não acredito que tenha traído o povo dos Estados Unidos", disse Lonnie Snowden.
O pai de Edward Snowden declarou enviou, por intermédio de um advogado, uma carta ao procurador-geral Eric Holder.
No texto ele explica que o ex-funcionário de uma empresa que prestava serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) planeja retornar aos Estados Unidos, desde que que não seja imediatamente detido nem obrigado a permanecer em silêncio, além de poder escolher o local do processo.
Mas o pai teme uma manipulação pelo site WikiLeaks, que ajudou o filho a viajar de Hong Kong a Moscou.
"Não quero colocá-lo em perigo, mas temo pelo que pode ser feito em seu entorno. Penso no WikiLeaks. Se o seu passado for analisado, veremos que sua meta não foi sempre (a defesa) da Constituição dos Estados Unidos, e sim sobretudo a revelação do máximo de informações", disse Lonnie Snowden.
O WikiLeaks divulgou em 2010 centenas de milhares de documentos confidenciais.
Edward Snowden chegou a Moscou no domingo procedente de Honk Kong e pediu asilo ao Equador, país que estuda a solicitação.