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Sistema virtual protege plantações de uva de pragas e otimiza uso de adubos

O SmartVineyard é o nome do método usado para combater pragas que podem afetar até 50% da colheita

vinhos (Reuters)

vinhos (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2015 às 07h23.

Uma complexa ferramenta que utiliza a tecnologia GPS, sensores, computadores e um sistema de análise de dados instalado na "nuvem" da internet é a mais recente arma que os produtores de uva têm à disposição para lutar contra pragas e reduzir a aplicação de adubos.

SmartVineyard é o nome do método desenvolvido por engenheiros e químicos da Hungria para combater as doenças que afetam a fruta e que podem causar perdas de até 50% da colheita.

O sistema consiste na instalação de dispositivos do tamanho de um computador, repleto de sensores, nos parreirais. Os equipamentos são capazes de registrar e analisar as condições geográficas e climáticas de uma superfície de até dez hectares cada.

Eles captam a umidade, o tempo de incidência solar, a temperatura, a inclinação do terreno, além da quantidade de água e minerais no solo.

Todas as informações coletadas são disponibilizadas automaticamente na "nuvem". Os dados são usados como base para analisar o que cada setor da plantação precisa, como quando é recomendável adubar o solo e qual o produto indicado, a partir de uma base de fertilizantes químicos autorizados pela União Europeia (UE).

"A chave é saber quando fertilizar e com o que", afirmou em declarações à Agência Efe Csaba Arendas, presidente da SmartVineyard.

Em 2010, as más condições meteorológicas no leste da Europa favoreceram a propagação da chamada "podridão negra", um fungo que ataca as folhas e outras partes do parreiral, e que afetou 60% da safra.

Os criadores do SmartVineyard afirmam que o sistema pode reduzir as perdas por pragas em 15%, embora seja mais eficaz em anos com condições climáticas mais propícias à aparição de doenças.

Outra vantagem é a economia de combustíveis. A ferramenta também calcula a quantidade de barro na plantação e informa se o uso de máquinas para a fumigação é adequado no momento da aplicação.

"Essa economia em si já compensa as despesas de instalação", garante Arendas.

Apesar da complexidade do sistema, que usa algoritmos e métodos de análise de dados, a participação e o conhecimento dos fruticultores continua sendo essencial. Eles devem registrar os métodos de cultivo utilizados para que essa informação seja combinada com os dados obtidos pelos sensores.

"Isso (o SmartVineyard) é um apoio para as decisões dos produtores. Não se trata de instalar o sistema e não ter que fazer mais nada, só esperando que a uva cresça sem problemas", ressalta o presidente.

A ferramenta tem uma aplicação muito especial quando se trata do vinho húngaro mais famoso, o Tokaji. No caso, o objetivo não é só evitar a aparição da praga, mas controlar o grau de expansão do fungo 'Botrytis', que dá ao vinho tons mais doces.

O SmartVineyard detecta quando a infecção desta "podridão nobre" chegou no ponto ideal para a colheita.

A empresa ainda está em fase de crescimento e procura investidores. No entanto, já há 150 sistemas instalados, a maioria na Hungria, mas também em outros países europeus, nos Estados Unidos e até no Chile.

Os sensores e receptores são alugados pelos fruticultores. A companhia garante a troca dos equipamentos a cada dois ou três anos, fora a atualização constante do software.

A ideia foi escolhida em 2013 entre os oito melhores projetos dos 20 mil inscritos na competição Intel Global Challenge, realizada na Universidade de Berkely, na Califórnia.

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