Repórter
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 14h34.
Última atualização em 12 de novembro de 2025 às 14h59.
O Google anunciou nesta quarta-feira, 12, que as proteções contra roubo do Android passam a ser ativadas por padrão em novos dispositivos vendidos no Brasil.
A mudança faz parte de uma série de atualizações, que também envolvem a Carteira do Google e novas medidas de segurança voltadas a aplicativos financeiros, divulgadas durante o evento "Só no Android", em São Paulo, que a EXAME participou.
As ferramentas de bloqueio — como o "Bloqueio por Detecção de Roubo" e o "Bloqueio Remoto" — serão instaladas automaticamente quando o usuário configurar um celular novo ou restaurar o aparelho para as configurações de fábrica a partir de dezembro.
Segundo a Android, a medida busca reduzir o número de celulares frutos de crimes revendidos e dificultar o acesso aos dados pessoais das vítimas.
A Polícia Militar de São Paulo, que passou a usar o bloqueio remoto em atendimentos, já aplicou o recurso mais de 5 mil vezes desde o início do ano.
No evento, também foi divulgado o início de um programa-piloto com o Itaú, voltado a prevenir golpes de compartilhamento de tela durante ligações.
O recurso foi criado para alertar o usuário quando um aplicativo financeiro for aberto durante uma ligação com alguém fora da lista de contatos, situação comum em fraudes em que criminosos orientam as vítimas a realizar transferências.
O sistema exibe um aviso de risco e oferece a opção de encerrar a chamada imediatamente. A funcionalidade está sendo testada em aparelhos com Android 11 ou superior e será expandida para outros bancos parceiros.
Além das medidas de segurança, o Google destacou os avanços da Carteira do Android, que agora permite integração com o Pix e recursos associados ao Open Finance, sistema do Banco Central (BC) que possibilita o compartilhamento de informações entre instituições financeiras.
Com a atualização, o usuário pode armazenar cartões, chaves Pix e contas bancárias em um mesmo ambiente, usando autenticação biométrica para concluir pagamentos.
O objetivo seria centralizar os meios de pagamento sem que o Google participe diretamente das transações . A empresa, nesse caso, atua apenas como intermediária tecnológica.
Segundo dados divulgados no evento, o ecossistema Android gerou R$ 56,2 bilhões em impacto econômico no Brasil em 2024, considerando efeitos sobre produtividade e empregos, segundo o Relatório de Impacto Econômico realizado pela Access Partnership.
Outro sistema de proteção apresentado foi a verificação de identidade no Android 16, que exige autenticação biométrica quando o usuário tenta alterar senhas ou configurações fora de “locais de confiança”, como casa ou trabalho.
A medida busca evitar que criminosos acessem dados sensíveis em situações de coação.
O sistema também recebeu a Proteção de Restauração de Fábrica, que impede a reconfiguração de um aparelho roubado sem as credenciais da conta do proprietário.
O recurso bloqueia o uso do dispositivo caso o processo de redefinição seja forçado.