renato-russo (Reprodução/Multishow)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
São Paulo - Falhas técnicas, problemas de som, desorganização e falta de água em alguns banheiros estão entre as reclamações do público que assistiu ao primeiro evento cultural no Estádio Nacional Mané Garrincha, nesse sábado (29), depois da reinauguração da arena.
Para boa parte das 46 mil pessoas que foram ao local assistir ao show Renato Russo Sinfônico, uma homenagem de diversos artistas a um dos maiores ícones do rock nacional, a cidade precisa se preparar melhor para receber grande eventos.
A maior expectativa era com a aparição do homenageado, por meio de holograma (técnica que usa a iluminação para apresentar imagens em três dimensões), para interpretar uma de suas músicas. Renato Russo morreu em 1996, oito anos após o último show que fez na cidade que o projetou nacionalmente.
Por causa da fila, quem chegou em cima da hora não conseguiu entrar no estádio a tempo de assistir ao início do show e teve que ouvir as primeiras músicas do lado de fora. A apresentação começou pontualmente por ter sido transmitido ao vivo por um canal de TV a cabo. Isso provocou vaias do público, porque em alguns momentos houve demora entre uma música e outra. Ao todo, 14 artistas se revezaram na interpretação de músicas de Renato Russo.
Começou muito ruim e com muitos problemas. Não gostei da acústica e, da arquibancada inferior, onde eu estava, não dava para ouvir direito. A gente se guiava mais pelo que a plateia cantava. E, para piorar, desligaram a água do banheiro, que ficou muito sujo, disse Elaine Abreu, de 48 anos.
Em 1988, Elaine foi ao antigo Mané Garrincha para assistir ao traumático show da Legião Urbana, quando diversas confusões ocorreram devido à forma como a polícia organizou a fila de entrada e às ofensas trocadas entre a plateia e Renato Russo.
A publicitária Adriana Cocenza, de 44 anos, ficou na área vip e conseguiu ver de perto o holograma do artista. Foi a maior decepção. Achei que a imagem não ficou bem construída, disse, referindo-se ao holograma do cantor interpretando por pouco mais de três minutos a música Há Tempos. O som, onde eu estava, ficou bom. [Mas] eu esperava mais da Orquestra Sinfônica, que fez um som muito de fundo e sem destaque.
Procurada pela Agência Brasil, a organização do evento reconheceu houve falta de preparo adequado de funcionários para orientar o público.
De acordo com a produção do Renato Russo Sinfônico, o evento resultou em uma arrecadação de R$ 70 mil em Imposto Sobre Serviços (ISS) para os cofres do governo do Distrito Federal. Por se tratar de evento teste, não houve qualquer remuneração pelo uso do estádio.
Renato Russo Sinfônico - Idealizado pelo filho do cantor, Giuliano Manfredini, o projeto foi realizado no Estádio Nacional Mané Garrincha, o primeiro grande evento após a reabertura do local.
Entre os convidados estavam artistas da cidade como Zélia Duncan, Ellen Oléria, Alexandre Carlo (Natiruts), André Gonzales (Móveis Coloniais de Acaju) e Hamilton de Holanda. Além deles, Lobão, Zizi Possi, Jerry Adriani, Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Luiza Possi, Sandra de Sá, Ivete Sangalo, Fernanda Takai e a violinista norte-americana Ann Marie Calhoun.
Cada artista interpretou uma música da Legião Urbana, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (sob a regência do maestro Claudio Cohen) e por uma banda formada por músicos relacionados ao rock de Brasília: Fred Nascimento nas guitarras, violão e backing vocals; Fred Castro (ex-Raimundos) na bateria; Flavia Couri (Autoramas) no baixo; Marcela Vale na guitarra; e Luciano Lopes nos teclados.
*com informações da Agência Brasil