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Serviço da Virgin Mobile no Brasil começa depois do carnaval 2015, diz CEO para América Latina

A empresa usará, inicialmente, a infraestrutura da Vivo para oferecer pacotes de dados e voz. A ideia é que a operação de vendas comece após o carnaval 2015.

philwallace (Divulgação)

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RK

Rafael Kato

Publicado em 29 de maio de 2014 às 13h54.

A Virgin conseguiu na tarde de ontem autorização da Anatel para operar uma rede móvel virtual (MVNO) no Brasil. A empresa usará, inicialmente, a infraestrutura da Vivo para oferecer pacotes de dados e voz. A ideia é que a operação de vendas comece após o carnaval 2015, afirma Phil Wallace, um dos fundadores e presidente da Virgin Mobile Latin America. Em entrevista a INFO, o executivo também comentou sobre a rede 4G no Brasil e sobre o processo da aprovação com a Anatel. Confira:

INFO: Qual é a estratégia da Virgin aqui no Brasil?
Phil Wallace: Tivemos um grande sucesso ontem ao conseguirmos a licença assinada. Vamos começar a montar o nosso time nas próximas semanas. Ainda há testes de rede a serem feitos. Acho que estaremos aqui com parte do nosso time no começo de julho para começar o processo de encontrar as pessoas certas para a nossa companhia, realizando a interface com a rede de dados, pesquisando sobre os produtos que precisamos criar e que terão sucesso no mercado. Já temos algumas de agências de publicidade com a gente.

Quantas pessoas você espera contratar?
Até o final deste ano ainda deveremos ser, relativamente, pequenos. A maioria das pessoas não vai chegar até a operação começar de fato, que são os profissionais de relacionamento com o cliente e a equipe de vendas. Eu espero começar a operação após o carnaval do ano que vem. Algo entre o carnaval e o fim do primeiro semestre. Ainda não é possível ter certeza, pois tudo isso vai depender dos testes. Você sabe, o Brasil é um país muito grande e nós estamos construindo a rede com a qual será possível se comunicar por todo o país.

Então não vai funcionar só em São Paulo e no Rio, mas em lugares como a Amazônia?
Eventualmente, sim. Mesmo que o começo seja por São Paulo e Rio, nós teremos que ser capazes de receber ligações das outras partes do país e fazer ligações para esses mesmos lugares. Isto necessita muitos testes para garantir que tudo funcione apropriadamente.

Por que a criação de uma rede virtual? É o Brasil que não permite a instalação de uma nova infraestrutura ou este é um modelo de negócio melhor?
A Virgin, eu acho, foi quem originou a rede virtual. Foi feito primeiramente no começo da década de 1990, no Reino Unido. Esse tem sido nosso modelo de negócio em todos os países em que atuamos. Nós acreditamos que as teles são muito eficientes na construção de redes e nós acreditamos que somos muito bons em marketing, vendas e no atendimento ao cliente. É uma boa combinação entre as habilidades deles e as nossas. É um modelo de sucesso em 12 países.

O Brasil é conhecido por ter tarifas altas de telefonia. Como solucionar isso e ter um produto competitivo no mercado?
Isto faz parte da fórmula secreta. Os mercados são similares. Sempre há competição e você tem que fazer um bom trabalho para conseguir um bom acordo com o seu parceiro de rede, pois se você não fizer isso, então não terá margem para fazer um negócio de sucesso. Nós fizemos isso nos países que estamos e achamos que fizemos isso aqui também. E só depende de nós a criação de produtos competitivos. E você sabe, quando você começa como um player de menor tamanho, é preciso se concentrar em produtos excelentes e em um excelente relacionamento com o cliente.

E no começo o acordo é apenas com a Vivo ou você espera ter mais empresas por trás do serviço?
Inicialmente, sem dúvida alguma a Vivo será a nossa parceira. Eles têm a melhor rede no Brasil de acordo com todos os estudos que lemos. É um bom casamento entre um bom provedor de rede e um bom vendedor, como nós somos.

No Brasil, há uma grande discussão sobre as falhas na rede 4G. Não seria melhor esperar um ano para lançar a operação?
Nós estaríamos um ano atrasados. A rede 4G precisa evoluir. Eles precisam construir a rede e isso toma tempo de todos os operadores. Será uma longa transição entre 3G e 4G, algo como uma combinação de serviços. Os acordos que nós temos nos permite evoluir conforme a rede for evoluindo.  Se isso for 4G, 5G ou 6G, não importa. Nós iremos oferecer essas opções aos clientes.

Você espera que o maior mercado da Virgin na América Latina seja o Brasil ou o México?
O tempo irá dizer. Nós começamos no Chile, em 2012, depois Colômbia, em 2013. A operação no México começa neste ano; aqui, no ano que vem. O Brasil tem a população e uma penetração de celulares maior que o México. Há oportunidades em ambos os países por razões diferentes. No México, há um crescimento por causa das dinâmicas do mercado de lá, dominado por um provedor, que é o América Móvil Group, e dois outros menores. Isso é muito bom para chegada de mais um competidor pequeno. O sucesso no Brasil será por causa dos números altos, seja da população, de celulares ou da troca mensal de aparelhos.

Como foi negociação com a Anatel?
Foi um processo tranquilo. Tivemos reuniões com eles logo depois que assinamos nosso acordo com a Vivo. Eles expressaram que estavam muito interessados na chegada da Virgin ao Brasil, pois conheciam a nossa reputação em campeões de satisfação do cliente, produtos inovadores. Eles acharam que seria bom ter a gente no mercado. Eles entraram no processo rapidamente e somos muito agradecidos pelos esforços feitos pela Anatel. Agora, estamos animados em configurar a rede e começar os serviços.

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