Claudia Galdino, diretora executiva da Vitta: "com uma experiência diferenciada do usuário você tem um cuidado maior" (Vitta/Divulgação)
Tamires Vitorio
Publicado em 23 de agosto de 2020 às 08h00.
Última atualização em 23 de agosto de 2020 às 10h08.
Uma gestora de sáude: é assim que a healthtech (startup do setor de saúde) Vitta se define. Desde dezembro de 2018 a empresa oferece um plano de saúde voltado para startups e faz um atendimento aos usuários 24 horas por dia, sete dias por semana via WhatsApp.
O principal diferencial da Vitta está no fato de que as respostas não são dadas por um robô, mas sim por vários profissionais, dependendo da dúvida que a pessoa tiver --- de analistas até profissionais da área da saúde, a depender da queixa clínica. Até a triagem da enfermaria é feita pelo aplicativo. "Criamos um modelo no qual eu consigo cuidar das pessoas o tempo inteiro. Em 90% dos casos conseguimos tratar sem encaminhar para um atendimento hospitalar", explica Claudia Galdino, diretora executiva da Vitta em entrevista à EXAME.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
A Vitta tinha o sonho de usar tecnologia na medicina e fazer com que os médicos não sofressem com as burocracias. Em 2015 abrimos nosso primeiro escritório em São Paulo e compramos nosso maior concorrente, que hoje é nosso software de prontuário médico. Hoje temos 18 mil profissionais cadastrados e alguns clientes relevantes como o Hospital Albert Einstein e alguns médicos butique que utilizam a nossa ferramenta. Foi assim que a companhia nasceu, formada por um time de empreendedores e conforme esse processo cresceu e a Vitta teve o maior marketshare de mercado, decidimos dar alguns passos sobre como apoiar mais o mercado no que diz respeito à saúde.
A empresa se transformou no final de 2018 em uma gestora de benefícios. Nós criamos o benefício PrimeCare que funciona 24/7 no WhatsApp para apoiar os usuários em questões clínicas e mais complexas, essa equipe é formada por profissionais médicos e tem o objetivo de cuidar de todos os usuários das empresas que administramos contratos de saúde de uma maneira afetuosa.
Nós estamos completando a primeira anuidade dos contratos de startups, com uma sinistralidade abaixo de 50%, com o NPS altíssimo dos usuários.
O que aconteceu nos últimos meses é que nos projetou bastante porque tínhamos um prontuário médico já bem consolidado no mercado que já tinha toda a operação de teleconsulta e ela exige uma série de cuidados do ponto de vista jurídico e tecnológico. A pandemia veio para nos ajudar muito nesse sentido. Para lidar com o novo coronavírus, logo no início já liberamos para todos os médicos a teleconsulta.
O que aconteceu foi um aumento astronômico das teleconsultas e a companhia cresceu muito em um momento de retração do mercado.
Nos tornamos uma gestora em dezembro de 2018 e já passamos da marca de 100 mil vidas administradas por nossos profissionais. Um número expressivo para uma companhia muito jovem.
Uma grande mudança que aconteceu é que as empresas passaram a acompanhar muito mais próximas das operadoras de saúde os resultados em relação ao plano de saúde, acho que essa proximidade trouxe muitos aprendizados para os envolvidos.
Estamos vivendo um momento no qual o tema saúde e a tecnologia em gestão de saúde vem avançando bastante --- antes disso, a gestão de saúde era tratada de forma jurássica no Brasil.
O nosso principal objetivo enquanto empresa do setor e que tem o foco de trazer uma transformação de saúde é ter dados e usá-los na área de saúde, obviamente respeitando todas as questões legislativas, mas é, por meio do acompanhamento, a gente ajudar na tomada de decisão.
Não abrimos mão da humanização do trato com as pessoas, apesar de sermos uma empresa de tecnologia. Não estamos inventando a roda, são conceitos que já são comprovados em outros países, mas com uma experiência diferenciada do usuário você tem um cuidado maior e até reduz custos do ponto de vista das empresas contratantes.