O mercado de criptomoedas encerrou 2024 em alta, impulsionado por ETFs e políticas pró-cripto. (Binance/Divulgação)
Redator na Exame
Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 11h37.
Última atualização em 27 de dezembro de 2024 às 11h53.
O mercado de criptomoedas encerrou 2024 em alta, marcado por um crescimento expressivo que elevou o valor total do setor para US$ 3,4 trilhões (R$ 21 trilhões), quase o dobro do registrado no ano anterior.
De acordo com a Business Insider, a valorização foi impulsionada pela aprovação de ETFs de Bitcoin e Ethereum e pela eleição de Donald Trump, que nomeou apoiadores do setor cripto para cargos-chave em seu governo.
Entre os destaques do ano, está o marco histórico do Bitcoin, que superou pela primeira vez os US$ 100 mil (R$ 618 mil). Esse desempenho, aliado à entrada de bilhões de dólares nos ETFs cripto, trouxe euforia ao mercado, mas analistas da Citi alertam para os desafios e oportunidades que podem moldar o futuro do setor em 2025.
Os analistas acreditam que o cenário macroeconômico continuará favorecendo ativos de risco, como as criptomoedas, pelo menos no primeiro trimestre de 2025. Contudo, o ambiente pode mudar dependendo das políticas econômicas do governo Trump e da volatilidade do mercado de ações.
“A incerteza nas políticas dos EUA e a volatilidade projetada para o mercado acionário podem alterar o cenário ao longo do ano”, disseram os analistas.Desde o lançamento em 2024, os ETFs cripto acumularam fluxos significativos: US$ 36,4 bilhões (R$ 224,9 bilhões) para Bitcoin e US$ 2,4 bilhões (R$ 14,8 bilhões) para Ethereum. A simplicidade oferecida pelos ETFs, que permitem exposição às criptomoedas sem a necessidade de adquiri-las diretamente, é apontada como um dos principais impulsionadores do mercado.
Os analistas esperam que esses fluxos continuem a ser um motor para o crescimento em 2025.
Stablecoins, como Tether e Circle, ganharam força após a eleição de Trump, que renovou o entusiasmo no setor. Esses ativos, que mantêm preços estáveis atrelados a moedas fiduciárias, têm potencial para liderar a expansão das finanças descentralizadas (DeFi).
Parcerias recentes, como a de Circle com a exchange Binance, podem desafiar o domínio do Tether. “Mais stablecoins no mercado diversificam os riscos e promovem uma maior adoção de DeFi”, explicaram os analistas.
Embora o mercado tenha mostrado volumes crescentes e capitalização em alta, os analistas apontam que a adoção mais ampla das criptomoedas é essencial para sustentar o crescimento.
Países com problemas cambiais, como Argentina, Turquia e Venezuela, estão no radar, já que têm adotado criptomoedas como alternativas às moedas locais.
O desempenho do Bitcoin em 2024 demonstrou seu valor em portfólios diversificados. No entanto, os analistas alertam que a volatilidade ainda é um desafio. Para justificar alocações acima de 1%, as criptomoedas precisarão oferecer retornos bem superiores aos de ações tradicionais.
“Alocações maiores requerem compensação de risco com retornos significativos, superiores a 21% em cenários recentes”, disseram os analistas.
Com Trump no poder, o setor espera uma abordagem regulatória menos rigorosa. O foco deve ser uma legislação mais clara e menos sobre regulação por meio de ações de execução, o que pode impulsionar a adoção. Os analistas da Citi avaliam que a redução dos obstáculos regulatórios será fundamental para o crescimento do setor em 2025.