Tecnologia

Segure a empolgação em torno dos robotaxis, dizem analistas do HSBC

Apesar do avanço das operações da empresa de Elon Musk e da Waymo, da Alphabet, especialistas alertam para projeções ambiciosas ou irreais, que ignoram custos como manutenção e infraestrutura

Serviço de robotáxi da Tesla foi lançado em 23 de junho deste ano (Chesnot/Getty Images)

Serviço de robotáxi da Tesla foi lançado em 23 de junho deste ano (Chesnot/Getty Images)

Publicado em 21 de julho de 2025 às 11h08.

Tesla e Waymo estão na vanguarda da disputa para dominar o mercado de robotáxis. No entanto, apesar dos investimentos e do crescente interesse, nem todos estão convencidos de que o hype em torno dessa tecnologia seja justificado.

Analistas do banco britânico HSBC, por exemplo, alertam que o mercado potencial para o serviço foi “amplamente superestimado” e que pode levar até oito anos para que esses serviços se tornem rentáveis.

Em um relatório publicado na última segunda-feira, 14, os especialistas afirmaram que a expectativa de que os robotáxis seriam mais lucrativos do que os táxis com motoristas humanos foi construída com base em um equívoco. Apesar de não precisarem pagar salários, os veículos autônomos enfrentam uma série de custos "desconsiderados", como taxas de estacionamento, carregamento, limpeza e a necessidade de equipes de operadores remotos para intervir quando surgirem problemas.

"Quando consideramos esses custos, acreditamos que os robotáxis não atingirão o ponto de equilíbrio em termos de fluxo de caixa até 7-8 anos após o lançamento", escreveram os analistas, observando que as projeções de receita variam entre as "ambiciosas e as irreais".

Realidade se concretizando

Embora a indústria faça afirmações ousadas sobre os carros autônomos há anos, a realidade está lentamente se concretizando com os robotáxis em operação. No mês passado, a Tesla iniciou um piloto de seu serviço em Austin, Texas, enquanto os veículos autônomos da Waymo, propriedade da Alphabet, já realizaram mais de 5 milhões de viagens pagas nos últimos três anos.

No entanto, a divisão da dona do Google que inclui a Waymo continua a perder bilhões de dólares por ano. Analistas estimam que os veículos da empresa, equipados com sensores caros e arrays de LiDAR, custam cerca de US$ 150.000 cada.

Embora a economia ainda seja incerta, Musk já sugeriu que o uso de câmeras e inteligência artificial, em vez do LiDAR, torna a operação da Tesla mais barata do que a da Waymo.

Apesar disso, analistas do HSBC afirmam que a empresa enfrentará vários desafios para expandir sua operação de transporte autônomo, incluindo barreiras regulatórias na China e na Europa, além da necessidade de atualizar cerca de 5 milhões de Teslas, que já estão nas ruas, mas possuem hardware desatualizado para rodar o software de robotáxi da empresa.

Estima-se que a frota de robotáxis da Tesla atinja entre 20 mil e 25 mil carros até 2030, chegando a 75 mil em 2035. A lucratividade, entretanto, só viria em 2033, ou seja, cerca de oito anos após o lançamento do serviço.

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