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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h31.
Investir em TI não é problema para o Bradesco, ainda mais quando o assunto é segurança. O maior banco privado do país partiu para uma nova tecnologia de autenticação biométrica nos caixas eletrônicos. Trata-se de um dispositivo que lê o padrão das veias da palma da mão para identificar o cliente nas transações financeiras. O Bradesco buscou inspiração na experiência dos bancos japoneses para dar início, há 10 meses, aos testes dos leitores biométricos que substituem a senha alfabética de contas correntes nos 25 mil caixas eletrônicos. Os ATMs com leitores biométricos, desenvolvidos em conjunto com a Fujitsu, cadastraram entre junho e outubro 1 030 clientes e efetuaram 15 mil transações financeiras. Inédita no país, a tecnologia oferece facilidade de uso em relação a outras soluções de biometria, como a impressão digital e a leitura da íris."Cerca de 10% do que investimos em TI tem foco em segurança. E, no caso da leitura das veias da mão, a probabilidade de haver coincidência de usuários com o mesmo desenho é de 8 em 10 milhões", afirma Laércio Albino Cezar, vice-presidente de TI do Bradesco, que ao longo de 2006 investiu mais de 1 bilhão de reais em tecnologia da informação. Os testes com o dispositivo PalmSecure foram feitos em dois caixas eletrônicos nas agências da Cidade de Deus e de Alphaville, ambas na Grande São Paulo.Até o fim deste ano, outras 50 máquinas de São Paulo e do Rio de Janeiro deverão receber o leitor biométrico."Devido à boa aceitação dos clientes, vamos ampliar o uso para todos os 25 mil pontos de atendimento no país, o que deve demorar dois ou três anos", diz Cezar. As instalações e os testes estão a cargo de sua equipe.
O leitor do sistema PalmSecure custa atualmente cerca de 800 dólares por aparelho, mas, segundo Cezar, o alto custo compensa pela segurança que gera. Para desenvolver a tecnologia, a Fujitsu coletou amostras de dados de 150 mil padrões de veias das mãos de 75 mil indivíduos no mundo. O dispositivo funciona por meio do calor emitido pelos vasos sangüíneos e tem apenas 3,5 por 3,5 centímetros. Segundo a Fujitsu, não causa desconforto ao usuário e leva de 1 a 2 segundos para realizar a leitura. Para fazer o cadastro, o cliente vai a um caixa eletrônico que tenha o PalmSecure instalado e cadastra sua mão no leitor. Nas demais vezes, o aparelho reconhece o mapeamento dos vasos sangüíneos do cliente. Quem tem o cadastro biométrico não precisa usar a senha de letras pedida a cada transação, apenas a numérica. Se o cliente voltar a usar um caixa eletrônico sem o PalmSecure, basta utilizar a senha alfabética novamente. "Talvez no futuro nem precisemos mais da senha numérica", diz Cezar.
Após avaliar diversas soluções de autenticação biométrica, como a impressão digital e o reconhecimento de íris, o Bradesco escolheu o PalmSecure devido à sua precisão. O banco percebeu nos testes anteriores que os aparelhos de impressão digital podem apresentar alguns defeitos e demora na leitura, causados pela sujeira, calosidade ou por cortes nos dedos dos usuários. Já a leitura da íris pode gerar desconforto para algumas pessoas e pode ser um problema para quem usa lentes de contato ou tem deficiência visual, por exemplo.
Enquanto os leitores biométricos não chegam a todos os caixas eletrônicos, o Bradesco dá continuidade à distribuição de 500 mil tokens, dispositivos físicos em forma de chaveiro, que geram eletronicamente senhas dinâmicas ao cliente corporativo para o acesso ao internet banking. Hoje, o banco tem 6,8 milhões de clientes cadastrados no serviço online. Desse total, 300 mil têm tokens instalados, principalmente para as transações entre empresas. Também foram adquiridos 14 milhões de chaves de segurança Tancode, das quais 5,9 milhões foram distribuídas aos clientes. Essa solução é um cartão com senhas preestabelecidas, que devem ser utilizadas nas transações financeiras na internet pelo celular. "Se existe uma área onde nunca vamos poupar esforços, essa área é a de segurança", afirma Cezar.