Inovação

O novo sonho grande de Lemann mostra como seu mundo mudou

Empresário participou de painel ao lado de Henrique Dubugras, da Brex, durante evento da rede de estudantes internacionais Brasa

Receitas para o sucesso (Scott Olson/Getty Images)

Receitas para o sucesso (Scott Olson/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 16h45.

Última atualização em 2 de setembro de 2020 às 00h23.

O empresário Jorge Paulo Lemann participou nesta terça-feira, 11, ao lado de Henrique Dubugras, fundador da fintech Brex, do evento Brasa Hack, organizado pela Brasa, rede de estudantes brasileiros no exterior. Os dois discutiram o mercado de tecnologia e falaram de percepções para estudantes e pessoas em início de carreira: desde faculdades, onde começar para aprender, até o mercado na China e as perspectivas do setor para os próximos 5 anos.

Perguntado sobre o que faria se estivesse formando agora em engenhearia ou computação, Lemann respondeu que iria para o Vale do Silício, procurar oportunidades. "Iria para um lugar onde pudesse aprender. Sempre fui um grande copiador de coisas que eu vi lá fora", afirmou. "Iria para o Vale do Silício, para realmente me atualizar o que é bom, o que é importante, o que vai acontecer e tentaria encontrar uma oportunidade interessante para crescer".

O investidor acrescentou que provavelmente escolheria uma empresa menor, que avaliasse ter oportunidade de sucesso. "Se aprende mais numa empresa menor do que numa empresa muito grande, burocratizada, cheia de método. Acredito muito em aprender por fazer e errar, e é mais fácil numa empresa pequena, onde as pessoas te jogam as oportunidades e você tem que se virar e sobreviver", afirmou Lemann, que acrescentou que, depois da experiência, voltaria para o Brasil para implementar o que aprendeu.

Exemplo da China

Lemann e Dubugras falaram também sobre o atual cenário de tecnologia da China. Os dois discutiram sobre a importância de criar negócios globais e citaram o país como exemplo de berço de negócios que atingiram grande impacto.

"Acho que a cultura de trabalho deles realmente dá frutos. Eles têm a cultura do 996, pessoal que trabalha das 9 às 21h, 6 dias por semana. Não sei se o jeito certo é tão agressivo, mas, vendo o Vale do Silício que é mais relax, acho que a China está mais perto do certo", disse Dubugras, que falou sobre a velocidade de empreendimentos e negócios no país. "Acho que no Brasil tem muito pouco isso, tinha que ter mais. Um senso de urgência em lançar e crescer rápido", afirmou.

Lemann afirmou que foi à China com frequência nos últimos 30 anos e que é surpreendente a melhora que o país teve em qualidade de vida, com saúde e educação. O empresário também falou sobre o mercado local e as oportunidades do país. "Estamos lá com 17% do mercado de cerveja, com a Kraft-Heinz e o Burger King. E o mercado é fabuloso, é enorme. Tudo que voce faz lá é grande, é bom."

O empresário também falou sobre os chineses. "Eles querem tudo pra eles. Querem tudo pra eles, são agressivos nos negócios. A ideia de win-win, de que você vai negociar com eles e vai ser bom pros dois lados, não é muito o conceito deles não. Eles querem dominar e controlar. A soceidade com eles não é fácil. Não são sócios fáceis."

Brasa Hacks

A Brasa, rede que conecta estudantes brasileiros ao redor do mundo, realiza entre esta terça e sexta-feira, o Brasa Hacks, evento digital com conferências e painéis, para grandes líderes e empresários do país com estudantes. A EXAME fará a transmissão e cobertura do evento no decorrer da semana. Você pode rever o painel desta terça aqui.

 

 

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