Crioterapia: técnica que utiliza baixas temperaturas para recuperação muscular (Getty Images)
Redatora
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 15h31.
Recuperar o corpo após exercícios intensos ou rotina frequente é essencial para evitar lesões e garantir bem-estar. Segundo pesquisa do IBOPE Repucom, desde 2020, o número de brasileiros que praticam atividades físicas no dia a dia cresceu 30%, com 21 milhões de novos praticantes. Com esse aumento de interesse, cresce também a busca por técnicas e recursos que auxiliem na recuperação muscular.
O mercado de wellness faturou US$ 6,3 trilhões em 2023, segundo relatório da Global Wellness Institute, gerando oportunidades de negócios em todas as etapas relacionadas à atividade física, inclusive no pós-treino. Estratégias de recuperação ajudam a reparar tecidos musculares, reabastecer energia, reduzir dores e preservar músculos, tendões e ligamentos.
A crioterapia — técnica que utiliza baixas temperaturas para recuperação muscular — é comum em centros de treinamento de clubes de futebol e academias de alto desempenho, mas começa a conquistar o público geral. Academias como a The Simple Gym usam a prática como atrativo para visitantes.
Para quem não tem acesso a equipamentos profissionais, baldes e tambores de grande armazenamento ou banheiras infláveis podem substituir as máquinas mais sofisticadas. A técnica pode ser aplicada de três formas: criosauna (câmara de gelo a -190ºC por até 3 minutos), gelo localizado e crioimersão (as famosas banheiras de gelo).
Pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam benefícios como relaxamento corporal, redução de inflamações e edemas, alívio da dor e estímulo à cicatrização. Plataformas como a Gelo Health mapeiam locais no país para orientar pessoas interessadas em sessões. Mas atenção: exposição prolongada pode causar queimaduras, choque térmico e até hipotermia.
As botas de compressão, bastante usadas por atletas de alto nível, auxiliam na redução de edemas, melhoram a oxigenação dos tecidos e ajudam no alívio da dor após treinos intensos.
Apesar da eficácia, o alto custo ainda limita a popularização: os equipamentos podem custar a partir de R$ 1,5 mil, e poucos centros oferecem o recurso. Em São Paulo, o Cryo Club Care é um dos espaços que disponibilizam sessões com a tecnologia.
Entre todas as técnicas estudadas, a massagem continua sendo a mais eficaz na redução da dor muscular de início tardio e da fadiga, segundo pesquisa da UFMG. Além de estimular o fluxo sanguíneo, promove benefícios neurológicos e alivia dores.
A eficácia depende da técnica escolhida: massagens sueca, shiatsu e shantala favorecem o relaxamento, enquanto tailandesa, havaiana e chinesa atuam de forma mais intensa sobre dores específicas, segundo estudo do Centro Científico Conhecer. Sessões com diversos tipos da técnica podem ser encontradas em spas e centros de estética.
As saunas de infravermelhos vêm ganhando espaço no mercado internacional e começam a se popularizar no Brasil. Relatório da Business Research Insights projeta que o mercado global de spas infravermelhos atingirá US$ 1,37 bilhão em 2025.
Estudos da PubMed Central indicam que a prática pode melhorar a pressão arterial, reduzir retenção de líquidos, auxiliar na perda de peso, beneficiar a saúde cardiovascular e colaborar para redução do estresse e desintoxicação.
Diferente das saunas tradicionais, que aquecem o ar a até 85ºC, a sauna infravermelha aquece o ambiente até 60ºC e utiliza equipamentos de 120V para penetrar diretamente na pele. Hidratação antes e depois da sessão e limite de 20 minutos por sessão são essenciais para garantir segurança da alternativa.
Como outras práticas, o uso descontrolado pode causar superaquecimento, desidratação e confusão mental.
Apesar dos benefícios, essas práticas não são indicadas para todos. Saunas não devem ser usadas por pessoas com hipertensão, hipotensão ou gestantes. A crioterapia é contraindicada para portadores de doenças autoimunes, como psoríase e vitiligo, e para diabéticos sem controle da doença.
Mesmo assim, atividades simples do dia a dia continuam essenciais. Um estudo da PubMed Central mostra que hábitos saudáveis — hidratação adequada, alimentação equilibrada e sono de qualidade — podem ser tão ou mais eficazes do que tratamentos sofisticados para recuperação.