Tecnologia

Satya Nadella quer que Microsoft seja Google, não Apple

O CEO da Microsoft, acaba de escrever um quilométrico memorando em que ele basicamente rejeita a visão de Steve Ballmer


	Nadella: para ele, a Microsoft é uma empresa de produtividade e plataformas
 (Brian Smale/Microsoft/Getty Images)

Nadella: para ele, a Microsoft é uma empresa de produtividade e plataformas (Brian Smale/Microsoft/Getty Images)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 10 de julho de 2014 às 17h58.

São Paulo -- Pouco antes de deixar o posto de CEO da Microsoft, Steve Ballmer iniciou uma onda de mudanças na empresa. A ordem era convertê-la de produtora de software a companhia de “dispositivos e serviços”.

Num quilométrico memorando publicado no site da Microsoft e enviado aos funcionários, Satya Nadella, o sucessor de Ballmer, rejeita essa visão. Para ele, a vocação da Microsoft é ser uma empresa de produtividade e plataformas.

Em termos práticos, o plano de Ballmer era tornar a Microsoft parecida com a Apple. Foi sob seu comando que a empresa lançou a linha de tablets Surface e comprou a área de smartphones da Nokia. 

A ideia era a Microsoft controlar todos os aspectos dos produtos –sistema operacional, aplicativos principais e hardware – como faz a Apple. Nadella deixa claro que essa visão já não vale mais. Seu plano lembra mais o Google que a Apple: 

“Recentemente, nós nos descrevemos como uma empresa de ‘dispositivos e serviços’. Embora isso tenha sido útil para começar nossa transformação, agora precisamos focar uma estratégia mais especificamente nossa.”

“Em nosso núcleo, a Microsoft é a empresa de produtividade e plataformas para um mundo onde a nuvem e os dispositivos móveis são prioritários. Vamos reinventar a produtividade para habilitar cada pessoa e cada organização no planeta a fazer mais e conseguir mais”, prossegue ele.

Surface e Nokia

Apesar de o foco não serem mais os dispositivos, Nadella não diz que a Microsoft vai desistir de sua linha de hardware. Gadgets como os tablets Surface servirão para estimular a disseminação de determinadas categorias de produtos no mercado: 

“Nossos próprios dispositivos vão iluminar o trabalho e a vida digital. O Surface Pro 3 é um ótimo exemplo. É o melhor tablet do mundo em produtividade. Além disso, vamos construir dispositivos para estimular a demanda de todo o ecossistema do Windows.”

“Isso significa que, às vezes, vamos desenvolver novas categorias como fizemos com o Surface. Também significa que vamos responsavelmente desenvolver o mercado do Windows Phone, o que é nosso objetivo com a compra da divisão de dispositivos e serviços da Nokia.”

É uma estratégia similar a que o Google adota com seus gadgets como os smartphones e tablets Nexus e o Chromebook Pixel.

Xbox

Nadella também sugere que a Microsoft deve continuar investindo no negócio de jogos construído em torno do Xbox: “A grande categoria de produtos de vida digital, medida em tempo e dinheiro investidos, num mundo que privilegia os dispositivos móveis, são os jogos.” 

“Somos afortunados por termos o Xbox em nossa família para poder aproveitar essa oportunidade com inovações ousadas e exclusivas. A Microsoft vai continuar inovando vigorosamente e encantando os jogadores com o Xbox.”

Cortana

Nadella ainda descreve como estratégica a tecnologia da assistente falante Cortana. Parte do Windows Phone 8.1, Cortana é a resposta da Microsoft ao Google Now e à Siri, da Apple. 

“No futuro, ela será ainda mais inteligente como um assistente pessoal que faz anotações, agenda reuniões e entende se minha pergunta sobre meteorologia vai servir para determinar que roupa vou usar ou para iniciar uma tarefa complexa como planejar férias familiares”, diz Nadella.

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