cantareira
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 17h33.
O governo de São Paulo admitiu nesta quinta-feira uma situação crítica na represa da Cantareira, o principal reservatório de água da região metropolitana e que abastece 6,5 milhões de habitantes, devido à falta de chuvas que afeta o sudeste do país.
O nível do sistema hídrico alcançou mínimos históricos em junho, por isso que as autoridades tiveram que recorrer a uma primeira reserva técnica chamada de "volume morto", cuja cota está se esgotando.
"Se continuar sem chover, o atual volume da (reserva técnica) Cantareira nos garantiria 52 dias a mais. Isso daria até 21 de novembro com os níveis que temos hoje", disse hoje aos jornalistas Mauro Arce, o secretário regional de Recursos Hídricos de São Paulo.
Arce disse que o segundo "volume morto" só será utilizado quando o atual chegar ao limite, mas confiou que haverá chuvas durante o período setembro-novembro.
"Nunca em 84 anos deixou de chover na cidade nestes meses", apontou o secretário.
O São Paulo atravessa uma de suas piores crises hídricas desde dezembro devido à falta de precipitações no período de verão e à consequente falta de água nos reservatórios.
O pronunciamento de Arce ocorreu depois que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) indicou que o nível da Cantareira caiu hoje até 7,4%, já em uso da primeira cota do "volume morto".
Segundo a Sabesp, a companhia tem dispostas bombas para iniciar a captação de água no volume sob as comportas da vizinha represa Jaguari-Jacareí, mas Arce advertiu que as operações de bombeamento só começarão quando "o nível estiver esgotado" na Cantareira.
A crise hídrica de São Paulo motivou também criticas por parte do governo federal, como a do diretor da Agência Nacional de Águas (ANA, reguladora), Vicente Andreu, que acusa o governo regional de não ter alertado a população sobre a "gravidade da situação".
Por esse tipo de diferenças, a ANA se retirou do grupo técnico que auxilia o governo paulista.
Consultada pela Agência Efe, a Sabesp assegurou em uma nota que "não haverá racionamento" em nenhuma das 364 cidades nas quais opera no estado e garantiu que para eles foram "tomadas medidas" como a transferência de água proveniente de outros sistemas (Alto Tietê, Rio Grande, Rio Claro e Guarapiranga) e estímulos por economia de consumo.
Perante a situação, o Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST) convocou hoje a uma manifestação contra a falta de água nos bairros periféricos da cidade. EFE
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