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Samsung aposta em smartphones com telas dobráveis para manter liderança

Os novos aparelhos são chamados Galaxy Fold 3 5G e Galaxy Z Flip 3

Galaxy Z Flip: aparelho de primeira geração da Samsung chegou ao Brasil no ano passado para competir contra o Motorola Razr (Samsung/Divulgação)

Galaxy Z Flip: aparelho de primeira geração da Samsung chegou ao Brasil no ano passado para competir contra o Motorola Razr (Samsung/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 07h00.

Última atualização em 11 de agosto de 2021 às 14h50.

A sul-coreana Samsung não quer descansar no topo e eleva a barra da competição ao anunciar novos smartphones com telas dobráveis que competirão contra o iPhone 13, previsto por analistas para chegar antes do fim do ano. No evento Galaxy Unpacked, transmitido via internet, a Samsung anunciou o novo Galaxy Z Fold 3 5G e o Galaxy Z Fold Flip 3. Os produtos serão as principais apostas da fabricante para 2021 no segmento de celulares topo de linha daqui em diante.

O Flip tem tela que se dobram ao meio, verticalmente. Quando aberta, a tela tem 6,7 polegadas. Fechada, um display secundário de 1,9 polegada mostra notificações recebidas em aplicativos e permite realizar ações como ver a previsão do tempo, monitorar os passos dados durante o dia ou pagar compras com o Samsung Pay. O produto teve o design aprimorado para ser "divertido, moderno e compacto", segundo a fabricante. Ele será vendido nas cores creme, preto, verde e violeta.

Já o Fold 3 5G segue o padrão de design do primeiro dobrável da Samsung e tem tela mais ampla. Com acabamento fosco e disponível nas cores preto, pra e verde, o aparelho agora conta com uma película protetora que o torna 80% mais resistente do que na geração passada do produto. O aparelho tem 12 GB de RAM, 256 ou 512 GB de memória interna, compatibilidade com a rede de internet 5G, processador octa-core e bateria de 4.400 mAh.

“São produtos de alta tecnologia que estão no topo do nosso portfólio e contam com todas as tecnologias das nossas telas dobráveis”, afirma Renato Citrini, gerente sênior de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil. Como no Galaxy S21, o carregador não vem na caixa dos novos celulares. “Os consumidores cada vez mais reutilizam seus carregadores ou usam carregadores sem fio em casa”, diz Citrini.

O cenário global é misto para a Samsung. A fabricante acaba de registrar um salto de 54% no lucro operacional do 2º trimestre de 2021. O lucro operacional da empresa no período de abril a junho de 12,6 trilhões de wones (10,95 bilhões de dólares, em conversão direta) foi o melhor resultado registrado pela companhia desde o 3º trimestre de 2018.

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No entanto, o setor sofre com a escassez global de chips em razão da crise de semicondutores, disparada pelas medidas sanitárias para conter a pandemia de covid-19. A paralisação da cadeia produtiva, ainda que breve em 2020, levou a um desequilíbrio no fornecimento de componentes para eletrônicos de todo tipo, incluindo desde computadores até carros. A Qualcomm, uma das maiores empresas de chips do mundo, prevê uma normalização apenas no final do ano.

A aposta da Samsung em celulares com telas dobráveis não é infundada. Segundo a consultoria chinesa de mercado Counterpoint Research, uma das mais respeitadas do setor, os smartphones dobráveis têm potencial para triplicar sua participação de mercado de celulares neste ano em relação a 2020, finalizando 2021 com 9 milhões de unidades comercializadas globalmente. A Samsung é apontada como a empresa que será detentora de nada menos do que 88% desse montante. Até 2023, o crescimento projetado pela consultoria para os celulares com telas dobráveis é de até dez vezes em relação a 2020, ou seja, 30 milhões de aparelhos.

Para dar espaço aos celulares com displays dobráveis, a Samsung deve deixar para trás a linha Galaxy Note, conhecida por suas telas grandes e pela caneta inteligente S Pen. TM Roh, presidente da divisão de celulares da Samsung, chamada Mobile Communications Business, já anunciou que o novo aparelho da linha Galaxy Z -- que pode ser apresentado hoje -- terá “câmeras épicas e experiências de visualização vívidas e envolventes com baterias de longa duração e forte segurança”. Ele também afirmou que o aparelho será compatível com a caneta S Pen.

Globalmente, o mercado de celulares deve avançar neste ano. A consultoria Canalys prevê que serão vendidos 1,41 bilhão de aparelhos em 2021, ante 1,26 bi em 2020, um salto de 12%. Para 2022, o aumento deve ser de apenas um dígito: 5%. A notícia é boa para um setor que andou de lado em 2019 e teve retração em 2020.

Além da Apple, uma das maiores rivais da Samsung de agora em diante é a chinesa Xiaomi, que assumiu o posto de empresa que mais vende celulares no mundo pela primeira vez no mês de junho. No trimestre passado, a companhia ultrapassou a Apple em número de vendas e ficou atrás da líder do período: a Samsung.

A Counterpoint Research atribui o acontecimento a uma nova onda de covid-19 no Vietnã, país crucial para a cadeia produtiva da sul-coreana. A vitória da Xiaomi não deve ser permanente, uma vez que analistas acreditam na retomada da Samsung quando a produção for normalizada. Mas certamente é um sinal de alerta para a empresa que almeja o topo de todos os segmentos nos quais atua.

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