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Samsung revela processador que deverá ser o cérebro do Galaxy S10

Exynos 9820 promete ser 40% mais eficiente no consumo de energia e 15% mais rápido do que geração anterior

 (Yves Herman/Reuters)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 18 de novembro de 2018 às 07h00.

Última atualização em 18 de novembro de 2018 às 07h00.

São Paulo — A Samsung anunciou aquele que pode ser o cérebro de seu próximo smartphone topo de linha, o Galaxy S10. O processador Exynos 9820 tem como maior destaque o núcleo dedicado a aplicações de inteligência artificial, que faz dele o primeiro chip da empresa sul-coreana com esse recurso. O system-on-a-chip (SoC) deverá equipar a versão do aparelho na Europa e em algumas outras regiões no mundo. Ainda não há confirmação sobre qual processador será usado no Galaxy S10 brasileiro, mas, se servir de indicativo, vale lembrar que o S9 nacional é equipado com um chip da Qualcomm.

A parte dedicada a IA ajudará na execução nativa de aplicações que usem inteligência artificial — ou seja, recursos de fotografia e reconhecimento facial, por exemplo, deverão rodar melhor direto no aparelho, sem precisar recorrer ao processamento na nuvem.

Fora a parte dedicada a IA, o Exynos 9820 tem dois outros núcleos de processamento personalizados mais potentes, possivelmente chamados de M4. Eles deverão ser acionados apenas quando tarefas mais pesadas forem executadas.

Novo processador Exynos 9820 deverá equipar o Samsung Galaxy S10 (Samsung/Divulgação)

Há ainda outros dois núcleos Cortex-A75, iguais aos que compõem o processador Snapdragon 845, e mais quatro Cortex-A55, que são menos potentes e deverão ser usados para aplicações que demandam menos do aparelho. Uma GPU Mali G76 e um modem compatível com LTE Advanced Pro (o 4,5G), para velocidades de até 2 Gbps, fecham o pacote.

Segundo a Samsung, o novo processador é 40% mais eficiente no consumo de energia do que seu antecessor, o Exynos 9810. Em tarefas que usam todos os núcleos, o chip também promete ser 15% mais rápido do que o modelo anterior. A unidade de processamento gráfico, por sua vez, deve ser até 40% mais poderosa do que a que equipava o Galaxy S9.

Sem 5G?

Em relação à compatibilidade com 5G, nenhum elemento revelado do chip indica que ele suportará a nova tecnologia de rede. Ou seja, é provável que o Galaxy S10 ainda não possa se conectar a redes móveis de quinta geração.

Não chega a ser inesperado, no entanto. O processador topo de linha mais recente da Huawei, o Kirin 980, também não é compatível com 5G. Até mesmo o possível Snapdragon 855 deverá seguir o mesmo caminho, mesmo com a Qualcomm já tendo anunciado um modem com suporte à nova tecnologia de redes mobile, o X50. Apenas a MediaTek tem nos planos de curto prazo lançar um SoC já com um modem integrado.

Ainda assim, rumores indicam que a Samsung deverá lançar uma versão do Galaxy S10 compatível com a quinta geração de internet móvel. Caso eles se confirmem, o aparelho deverá ter uma configuração diferente, com um modem independente do SoC em seu interior.

Foco na inteligência artificial

A inclusão de um núcleo dedicado a inteligência artificial no novo Exynos 9820 reforça o posicionamento da Samsung nesse ramo. A empresa sul-coreana já anunciou que pretende investir 22 bilhões de dólares até 2020 no setor e em outras áreas estratégicas, como 5G e carros conectados. No caso da IA, o mercado é promissor: uma pesquisa da consultoria irlandesa Accenture acredita que ela será tão importante no mercado que vai dobrar o crescimento econômico de alguns países até 2035. Para as empresas de tecnologia, então, é bom não ficar para trás.

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