Companhia busca retomar liderança no setor de chips (Wang Gang / Costfoto/Future Publishing/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 29 de maio de 2024 às 08h20.
A Samsung pode ter a primeira greve de sua história, aumentando os desafios para a maior empresa da Coreia do Sul, que busca se recuperar no setor de semicondutores.
Segundo a Bloomberg, o Sindicato Nacional de Eletrônicos Samsung, o maior dos vários sindicatos da gigante da tecnologia, com cerca de 28.000 trabalhadores, anunciou a decisão na quarta-feira, depois que as negociações salariais com a administração foram paralisadas. Os dois lados estão em discussões desde o início do ano, mas não conseguiram resolver suas diferenças.
“O que queremos não é um aumento salarial de 1-2%. O que queremos é ter um pagamento justo pela quantidade de trabalho realizado”, disse o sindicato em comunicado na frente dos escritórios da Samsung em Seul.
A decisão do sindicato ocorre num momento em que a Samsung, liderada pelo presidente executivo Jay Y. Lee, se encontra na posição incomum de tentar recuperar o atraso num setor-chave da indústria de chips. A rival local SK Hynix saltou para a liderança nos chips de memória usados para o desenvolvimento de serviços de inteligência artificial, um setor de negócios em expansão.
"A empresa continua comprometida em se envolver nas negociações de boa fé com os sindicatos e está fazendo todos os esforços sinceros para chegar a um acordo”, afirmou a Samsung em comunicado.
Não está claro como a greve afetará os negócios da Samsung. Alguns dos trabalhadores sindicalizados planejam faltar ao trabalho no dia 7 de junho. Os líderes dizem que estimaram o número de trabalhadores que participarão do ato, mas recusaram-se a especificar o número.
Eles têm planos para uma greve subsequente caso a administração se recuse a participar de negociações.
As ações da Samsung caíram até 3,1% após a divulgação da greve, elevando a perda desde o pico de abril para mais de 10%.