Tecnologia

Samsung em greve: trabalhadores realizam paralisação histórica na Coreia do Sul

A administração e os líderes sindicais não chegaram a um acordo sobre os novos salários; negociação se arrasta desde janeiro

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 7 de junho de 2024 às 11h26.

Trabalhadores da Samsung realizaram o que chamaram de a primeira greve na gigante tecnológica da Coreia do Sul desde sua fundação há mais de cinco décadas, tirando um dia de licença remunerada em massa. A ação sindical na maior fabricante de chips de memória do mundo não teve impacto imediato nas operações. A Samsung não relatou nenhuma interrupção no trabalho.

De acordo com o Wall Street Journal, o Sindicato Nacional dos Eletrônicos da Samsung, com 28.000 membros, representando aproximadamente um quinto da força de trabalho da empresa, disse que muitos de seus membros saíram na sexta-feira após várias rodadas de negociações salariais terem falhado. Os dirigentes sindicais recusaram-se a dar detalhes sobre quantos trabalhadores participaram da greve.

A empresa provavelmente fez ajustes de trabalho para a ação sindical, que caiu em um dia de trabalho entre um feriado público na Coreia do Sul e o fim de semana, e suas instalações de fabricação de chips altamente automatizadas geralmente não exigem muita mão-de-obra humana, segundo analistas de mercado.

A administração da Samsung e os líderes sindicais estão em negociações salariais desde janeiro deste ano, mas ambas as partes estão em desacordo sobre a taxa de aumento salarial, bônus e outras condições de trabalho. "A administração da empresa tem sido sincera nas negociações com o sindicato e continuará sendo", disse um porta-voz da Samsung na sexta-feira (7). No entanto, declarações sindicais recentes acusaram a administração de não respeitar os funcionários na negociaçã.

Momento crítico

A ação trabalhista ocorre em um momento crítico para a Samsung, que está se esforçando para recuperar sua vantagem no negócio de semicondutores diante da crescente demanda por chips avançados em meio ao boom da inteligência artificial.

A recuperação impulsionada pela IA na indústria ajudou o negócio de fabricação de chips da Samsung a se recuperar após quatro trimestres consecutivos de perdas, resultando em um aumento de mais de quatro vezes no lucro líquido do primeiro trimestre.

Em maio, a Samsung substituiu seu chefe de negócios de semicondutores em meio a preocupações de que estava ficando para trás na corrida para desenvolver produtos de memória de alta largura de banda, um componente crucial para sistemas de computação de alto desempenho e IA.

A participação de mercado da Samsung no negócio global de fundição—fabricando chips projetados por outros—caiu para 12% em 2023, de 18% em 2019, segundo estimativas da CLSA.

Acompanhe tudo sobre:SamsungCoreia do SulTecnologiaSindicatos

Mais de Tecnologia

Vale a pena comprar celular na Black Friday?

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital

Na Finlândia, o medo da guerra criou um cenário prospero para startups de defesa

Brasileiros criam startup para migrar tuítes antigos para o Bluesky