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Samsung eleva em até 60% preço de chips de memória em meio à escassez

Fabricante sul-coreana reajustou preços em até US$ 90 por chip e deve manter aumentos até 2026, segundo analistas

Loja da Samsung em Xangai (Wang Gang / Costfoto/Future Publishing/Getty Images)

Loja da Samsung em Xangai (Wang Gang / Costfoto/Future Publishing/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 14 de novembro de 2025 às 10h34.

Última atualização em 14 de novembro de 2025 às 10h35.

A Samsung Electronics aumentou em até 60% os preços de determinados chips de memória DDR5 em novembro, em comparação com setembro, segundo a agência Reuters.

O reajuste ocorre em meio a uma escassez global de componentes, provocada pela crescente demanda por infraestrutura de inteligência artificial, como servidores e data centers.

A empresa sul-coreana, líder mundial na fabricação de chips de memória, adiou em outubro o anúncio formal de seus preços contratuais, tradicionalmente publicados a cada mês.

O módulo DDR5 de 32 GB passou de US$149 para US$239, um salto de US$90 por unidade em apenas dois meses. Outros modelos, como os de 16 GB e 128 GB, registraram alta de cerca de 50%, chegando a US$135 e US$1.194, respectivamente.

A escassez forçou fabricantes de servidores e operadores de cloud computing, como Amazon, Microsoft e Google, a revisar estratégias de compra.

Escassez de chips pode afetar custo de celulares e PCs

Os chips DDR, sigla para Double Data Rate, são usados para armazenar dados temporariamente em servidores, computadores e celulares, permitindo respostas mais rápidas e desempenho melhor em tarefas intensivas. A alta dos preços também pressiona o custo de dispositivos finais.

Fabricantes como a Xiaomi já reportaram aumento no custo de produção de celulares. Segundo a SMIC, gigante chinesa da produção de chips sob encomenda, a escassez de DDR5 levou até ao adiamento de pedidos de outros semicondutores.

Para a Samsung, os aumentos funcionam como uma válvula de escape após uma fase de estagnação de lucros. A empresa ficou atrás de rivais como a SK Hynix e a Micron na entrega de chips otimizados para IA, segmento em alta desde 2023. Agora, com uma produção mais concentrada em modelos convencionais de memória, consegue aplicar reajustes mais agressivos.

De acordo com Jeff Kim, chefe de pesquisa da KB Securities, a Samsung tem mais margem para impor preços do que seus concorrentes menores. A analista Ellie Wang, da TrendForce, projeta que os contratos de fornecimento da Samsung subirão entre 40% e 50% entre outubro e dezembro. A média do mercado, segundo a especialista, deve ficar em torno de 30%.

Os acordos de fornecimento para 2026 e 2027, já em negociação, reforçam que os preços seguirão elevados no médio prazo.

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