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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h34.
Sem nenhum alarde - nem mesmo um comunicado à imprensa -, a coreana Samsung fechou o segundo trimestre como a segunda maior fabricante de aparelhos celulares do mundo, desbancando a Motorola. Os coreanos venderam 37,4 milhões de aparelhos no período, ante os 35,5 milhões da concorrente, de acordo com a americana Fortune.
Dois pontos sustentam a estratégia da Samsung para conquistar o mercado. O primeiro é o preço. O modelo UpStage, por exemplo, pode fazer downloads sem-fio de músicas e custa cerca de 99 dólares, ante os 499 dólares do iPhone. Já o BlackJack, um aparelho com teclado completo, também sai por 99 dólares, metade do preço de um BlackBerry.
O outro pilar da expansão é o foco de seus aparelhos. A Samsung se posicionou na camada intermediária de celulares, oferecendo produtos para quem não precisa da sofisticação de um iPhone ou BlackBerry, mas também não deseja um modelo básico. "A Samsung é o sapato confortável dos celulares", afirmou um especialista de mercado à Fortune.
Briga pela ponta
A Samsung já deixou claro de que não se contentará com o segundo lugar. Em uma conferência no início do ano, o diretor de telecomunicações, Gee Sung Choi, manifestou sua intenção de desafiar a líder mundial do setor, a Nokia, que vendeu 100 milhões de aparelhos entre abril e junho. "Não há nenhuma razão para não alcançarmos a Nokia", disse. Segundo a Fortune, Choi tem preparo para enfrentar a missão. Entre 1998 e 2003, quando liderou a divisão de televisores da Samsung, o executivo levou a empresa da sexta para a primeira posição no setor.
Para bater a líder, a Samsung pretende ampliar as vendas nos mercados emergentes, como a China. Essas regiões, porém, não serão fáceis de serem conquistadas, pois já estão tomadas por seus concorrentes diretos - Motorola e Nokia -, além de contarem com fabricantes locais, como a Lenovo, na China.
Em busca de diferenciação, a Samsung vai apostar nos aparelhos de preço médio, a fim de se tornar o principal fornecedor para a classe média desses países. Além disso, a companhia vai também investir nos consumidores de maior renda, oferecendo aparelhos com múltiplas funções e design arrojado. O mercado de celulares de luxo é o que oferece as maiores margens de lucro, e o burburinho gerado pelos lançamentos ajuda a reforçar a marca.