Tecnologia

Samsung aposta no luxo da redundância com dobrável que tenta revitalizar segmento em queda

O novíssimo Galaxy Z Fold 7 investe em design e tecnologia de ponta, mas enfrenta mercado restrito e crescimento lento

 Galaxy Z Fold 7 com tela externa AMOLED de 6,5 polegadas

Galaxy Z Fold 7 com tela externa AMOLED de 6,5 polegadas

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 13 de julho de 2025 às 19h19.

Última atualização em 13 de julho de 2025 às 21h13.

A Samsung revelou o Galaxy Z Fold 7 tentando provar que ainda há espaço para surpreender no mercado de smartphones dobráveis. Mais fino e leve do que as gerações anteriores, ele surge como um exercício de refinamento técnico, não de reinvenção. Aberto, tem apenas 4,2 mm de espessura e pesa 215 gramas. A tela interna de 8 polegadas se desdobra suavemente, transformando o celular em um pequeno tablet pensado para produtividade e consumo de mídia.

Em termos de especificações, o Fold 7 oferece o que há de mais potente no portfólio da Samsung: tela Dynamic AMOLED 2X com taxa de atualização de 120 Hz, processador Snapdragon 8 Elite for Galaxy, até 1 TB de armazenamento e uma câmera principal de 200 megapixels.

O corpo combina materiais premium como Armor Aluminum e Gorilla Glass Ceramic 2, enquanto a nova dobradiça, batizada de Armor FlexHinge, promete um vinco quase imperceptível, uma solução para uma das principais críticas aos modelos anteriores.

Samsung Galaxy Z Fold 7 visto de lado destacando a espessura fina

Mesmo com toda essa tecnologia embarcada, a sensação é de que a inovação no segmento se tornou menos disruptiva e mais incremental. O design está mais refinado, mas segue familiar. A inteligência artificial está mais integrada, oferecendo recursos como transcrição de áudios e edição de imagens, mas não transforma radicalmente a experiência.

O desafio do segmento

O contexto do mercado também ajuda a explicar essa estratégia. As vendas globais de dobráveis devem encolher cerca de 4% em 2025, para 22 milhões de unidades, um número que representa menos de 2% do total de smartphones vendidos no mundo.

É um nicho pequeno em escala, mas relevante em marketing: os dobráveis continuam sendo vitrine de tecnologia de ponta e objeto de desejo premium.

A própria Samsung, líder do segmento, enfrenta concorrência cada vez mais feroz de marcas chinesas como Huawei, Honor e Oppo, que lançam modelos ainda mais finos e leves. E enquanto isso, a Apple observa, preparando sua entrada prevista para 2026. A expectativa é que, com o peso da marca, a Apple transforme um produto de nicho em tendência de massa, ou apenas eleve ainda mais o preço do ingresso para quem quer estar “na vanguarda”.

Para o consumidor, o Fold 7 oferece mais uma opção de alto padrão, com preço elevado e um pacote tecnológico difícil de criticar em termos absolutos — mas que ainda carrega desafios conhecidos: dobradiças de futuro incerto, reparos caros e a eterna dúvida sobre o real valor de dobrar uma tela que vai ao bolso.

Além do Galaxy Z Fold7, a Samsung vai lançar Galaxy Z Flip7 e Galaxy Z Flip7 FE oficialmente no mundo todo a partir do dia 22 de julho.

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