Cantareira (Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2014 às 11h00.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) rebateu nesta quinta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que encaminhou uma carta para a agência reguladora dos serviços de saneamento informando que há evidências de que está acontecendo racionamento de água na capital paulista. O Idec alega ter recebido 494 relatos de falta de água entre 26 de junho e 28 de julho, o equivalente a 14 reclamações por dia. Para a Sabesp, porém, esse número é pequeno e pouco representativo.
"Segundo o Idec, são 14 reclamações por dia numa cidade de 20 milhões de habitantes. O número de residências é pequeno, respeitável como cidadãos, mas a gente tem que trabalhar com estatística", afirmou Edson Pinzan, diretor de Tecnologia e Empreendimentos da Sabesp, durante entrevista à imprensa no Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente. "Não é uma situação de epidemia, nem de catástrofe. A Sabesp tem pedido a colaboração da população (para economizar água) e, felizmente, isso está acontecendo", explicou.
Pinzan também admitiu que há bairros periféricos que estão passando por desabastecimento em alguns períodos do dia, especialmente durante a noite e madrugada. O diretor explicou que isso acontece porque a Sabesp reduz a vazão durante a noite. Ele avaliou que essa falta de água para certos bairros não configura situação de racionamento. "O racionamento seria cortar (a água) definitivamente, por um período determinado. Eu aviso a população de que numa dia determinado não vai ter abastecimento o tempo todo. A forma como estamos fazendo a gestão é a garantia de abastecimento à população o máximo de tempo possível", justificou.
Alto Tietê
A queda nas reservas do Sistema Alto Tietê preocupa a Sabesp, que estuda alternativas para lidar com a escassez de água na região. "A situação preocupa. A nossa equipe técnica está estudando uma solução", afirmou Pinzan.
Questionado sobre a possibilidade de utilização da reserva técnica do Sistema Alto Tietê - também chamada de "volume morto", ou água situada nas partes mais fundas da reserva - Pinzan admitiu que essa é uma hipótese. "Estamos buscando reserva técnica e alternativa para o Alto Tietê", mencionou, ponderando que essa decisão ainda não foi tomada.
A reserva do Alto Tietê caiu de 25,7% no dia 1º de julho para 20,8% neste dia 31. Há um ano, esse nível era de 63,6%, de acordo com dados de monitoramento da Sabesp.