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Google mostra pela 1ª vez compra de anúncios pela Rússia em 2016

O intuito seria fazer campanhas de desinformação em várias plataformas da empresa, como YouTube e Gmail, com o objetivo influenciar o eleitorado

Google: o Google está investigando um conjunto de anúncios avaliados em cerca de US$ 100 mil (Justin Sullivan/Getty Images)

Google: o Google está investigando um conjunto de anúncios avaliados em cerca de US$ 100 mil (Justin Sullivan/Getty Images)

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EFE

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 16h40.

Última atualização em 9 de outubro de 2017 às 17h25.

Washington - O Google revelou nesta segunda-feira pela primeira vez provas que mostram que vários operadores russos utilizaram as plataformas da empresa em uma tentativa de interferir nas eleições presidenciais de 2016.

Segundo o jornal "The Washington Post", o Google descobriu que agentes russos pretendiam fazer uma campanha de desinformação em várias plataformas da empresa, como o YouTube e o Gmail, e investiram dezenas de milhares em anúncios que tinham como objetivo influenciar o eleitorado.

A revelação é significativa porque os anúncios não parecem ser do mesmo grupo de hackers ligado ao Kremlin que comprou anúncios no Facebook, um sinal de que o esforço russo para propagar notícias falsas pela internet pode ser um problema maior que o imaginado.

O Google tinha minimizado o problema da interferência russa em suas plataformas. No mês passado, a porta-voz da companhia, Andrea Faville, disse ao "Post" que a empresa está sempre vigiando "abusos e violações" das suas políticas de utilização.

"Não vimos evidência de que tenham executado esse tipo de campanha propagandista nas nossas plataformas", disse Faville.

No entanto, o Google acabou realizando uma investigação sobre o assunto, atendendo a uma pressão do Congresso que exigia que as empresas de tecnologia descobrissem como os russos utilizaram as redes sociais para fomentar a discórdia nos Estados Unidos.

Fontes disseram ao "Post" que o Google está investigando um conjunto de anúncios avaliados em cerca de US$ 100 mil.

A empresa tenta descobrir de onde eles vieram: se todos foram feitos por "trolls" informáticos ou se alguns procedem de contas legítimas.

No final do mês passado, o Twitter informou ter fechado 201 contas que estavam vinculadas aos mesmos operadores russos que publicaram milhares de anúncios políticos no Facebook.

A companhia também descobriu que três contas do site "Russia Today", com fortes laços com o Kremlin, gastaram um total de US$ 274,1 ml em anúncios no Twitter nesse ano.

Essas companhias americanas estão recebendo cada vez mais pressão do Congresso para investigar a intromissão da Rússia nas plataformas. Todas enfrentam a possibilidade de novos regulamentos que poderiam afetar seus negócios de publicidade online.

Os senadores democratas Amy Klobuchar e Mark Warner pediram o apoio a um projeto de lei que criaria novos requisitos de transparência para as redes sociais que publicam anúncios políticos, similares aos já existentes para a televisão.

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