Tecnologia

Rússia afirma priorizar relação com EUA no caso Snowden

Moscou - As relações com Washington são mais importantes que as disputas sobre as atividades dos serviços secretos, afirmou nesta quarta-feira o presidente russo...

snowden (©afp.com / Tanya Lokshina)

snowden (©afp.com / Tanya Lokshina)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.

Moscou - As relações com Washington são mais importantes que as disputas sobre as atividades dos serviços secretos, afirmou nesta quarta-feira o presidente russo Vladimir Putin, em referência ao caso do ex-consultor americano foragido Edward Snowden, que pediu asilo a Moscou.

"Na minha opinião, as relações entre os Estados são muito mais importantes que as disputas sobre as atividades dos serviços secretos", declarou o presidente russo.

"Advertimos Snowden que qualquer atividade dele que possa prejudicar a relação Rússia-EUA é inaceitável", disse.

O ex-consultor de inteligência, bloqueado há mais de três semanas em um aeroporto de Moscou, solicitou na terça-feira asilo provisório à Rússia, um passo prévio para obter refúgio em um país da América Latina.

O porta-voz do presidente russo, Dmitri Peskov, destacou que o pedido não precisa da aprovação do Kremlin, o que seria necessário no caso de asilo político.

"No caso de um asilo temporário, isto não envolve o presidente, e sim o serviço federal de imigração", afirmou.

Moscou espera que o caso não prejudique o "desenvolvimento positivo das relações da Rússia com os Estados Unidos", completou.

O Kremlin, incomodado com a situação, mantém reservas no caso Snowden.

O técnico de informática americano, acusado de espionagem por Washington depois de ter revelado dados sobre o sistema de vigilância eletrônica dos Estados Unidos em todo o mundo, pediu asilo à Rússia há duas semanas.

Mas retirou a solicitação depois que o presidente Putin impôs como condição o fim das revelações sobre o programa de espionagem americano.

[quebra]

Pouco depois do anúncio do pedido de asilo temporário, Washington reiterou a demanda para que Snowden seja expulso aos Estados Unidos, onde é acusado de espionagem pelas revelações sobre as operações de vigilância eletrônica americanas no exterior.

"Nossa posição é que Snowden deveria ser expulso e enviado aos Estados Unidos, e que não deveria ser autorizado a viajar ao exterior, exceto para retornar aos Estados Unidos", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Mas Putin defendeu o direito de Moscou de realizar uma política "independente".

"Temos nossos próprios objetivos no desenvolvimento das relações com os Estados Unidos. Somos um país independente, com uma política externa independente", destacou Putin.

Questionado sobre a diferença entre a atividade contra os Estados Unidos e a defesa dos direitos humanos, o presidente russo disse que não queria entrar em detalhes.

"A defesa dos direitos humanos apresenta certos riscos para aqueles que os defendem. Se tal atividade acontece sob os auspícios dos Estados Unidos é uma atividade bastante cômoda. Se alguém critica os Estados Unidos, se torna muito mais complicada ", comentou o presidente russo.

"O caso do avião do presidente boliviano é um exemplo", disse.

No início de julho, o avião do presidente boliviano Evo Morales fez um pouso forçado em Viena depois da recusa inicial de países como Espanha, França e Portugal de permitir o sobrevoo de seus territórios. A motivação foi a suspeita de que Snowden estaria a bordo.

"Tenho a impressão de que Edward Snowden jamais fixou como objetivo ficar indefinidamente na Rússia", afirmou Putin.

"A verdade é que não entendo muito bem como decidiu (publicar as revelações, como pensa em leva sua vida, mas é o destino dele, sua decisão", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEdward SnowdenEspionagemEstados Unidos (EUA)EuropaINFOPaíses ricosRússia

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble