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Ross Ulbricht, criador da Silk Road, é condenado à prisão perpétua

Ulbricht foi considerado culpado por crimes que vão desde tráfico de drogas até formação de quadrilha

Ross Ulbricht (Reprodução)

Ross Ulbricht (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2015 às 05h52.

Ross Ulbricht, fundador do Silk Road, o maior mercado virtual para venda de heroína, cocaína, LSD e outras drogas ilegais, foi condenado a passar a vida na prisão por um tribunal de Nova York, nesta sexta-feira (29).

Ulbricht, de 31 anos, foi condenado pela juíza Katherine Forrest por seu papel como “mandante de uma empresa internacional de tráfico de drogas virtual”, segundo os promotores de acusação.

A pena mínima para as acusações pelas quais Ulbricht foi condenado era de 20 anos de reclusão. A justificativa da juíza Forrester para a pena máxima foi a de que “que [Ulbricht] fez na Silk Road foi terrivelmente destrutivo ao nosso tecido social”.

O mercado eletrônico de drogas operava em uma parte escondida da  internet conhecida como dark web, que permitia que os negócios fossem feitos de forma anônima e longe dos olhos das autoridades. Nos quase três anos de operação da Silk Road, quase 1,5 milhão de operações foram feitas no site, envolvendo milhares de negociantes e mais de 100 mil compradores, segundo as autoridades.

As transações eram pagas usando a moeda virtual Bitcoin. Ulbricht, usando o codinome Dread Pirate Roberts, ganhou milhões de dólares em comissões, segundo os promotores. A acusação afirma que sua condenação foi “a primeira desse tipo, e sua sentença está sendo cuidadosamente vigiada.”

“Ele desenvolveu o modelo para um novo jeito de usar a internet para violar as leis e facilitar transações criminais”, afirmou Preet Bharara, promotor do Estado de Nova York que participou da acusação do réu.

“Usando esse modelo, outros seguiram os passos de Ulbricht, criando novos ‘mercados negros’ nos moldes da Silk Road, alguns deles vendendo uma variedade ainda maior de produtos e serviços ilícitos”, diz Bharara.

Antes de a sentença ser proferida, o pai de um homem que morreu após usar heroína que os promotores afirmam ter sido comprada na Silk Road acusou Ulbricht de estar sendo movido pela ganância ao disponibilizar facilmente drogas para pessoas vulneráveis.

“Eu realmente acredito que meu filho estaria aqui hoje se Ross Ulbricht não houvesse criado a Silk Road”, disse o pai, identificado apenas como Richard. “Ross Ulbricht se importava apenas com sua pilha crescente de Bitcoins.”

Em uma carta à juíza, Ulbricht afirmou que criou o site não em seu benefício pessoal ou financeiro, mas porque ele acreditava que “as pessoas devem ter o direito de comprar e vender o que elas querem, a menos que elas não estejam machucando alguém.”

Seu advogado, Joshua Dratel, em suas alegações à juíza, afirmou que a ética de “redução de danos” do site o tornava mais seguro do que comprar drogas na rua, por exemplo.

Mas os promotores alegaram que defender a Silk Road por “medidas de redução de danos” era como “aplaudir um traficante de heroína por entregar uma agulha limpa junto da droga: o ponto é que ele não deveria estar vendendo drogas, desde o princípio.”

O governo diz que a Silk Road “reduziu drasticamente as barreiras para obtenção de drogas ilegais” e “forneceu um shopping center on-line onde o suprimento de drogas era virtualmente infinito.”

Por isso, “o site permitia que milhares de traficantes expandissem seus mercados da calçada para o ciberespaço, atingindo clientes que nunca teriam nas ruas”.

Ulbricht havia sido considerado culpado em fevereiro, por acusações que incluem formação de quadrilha e distribuição de narcóticos na internet, dois crimes passíveis de prisão perpétua. 

Os promotores também alegaram que Ulbricht ordenou a morte de pessoas que ele enxergava como ameaças a sua operação e que pelo menos seis mortes podem ser atribuídas à drogas compradas no site. O governo recomendou uma sentença “substancialmente acima” do mínimo de 20 anos.

O site foi tirado do ar pelo FBI após Ulbricht ser preso, em 2013.

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