Ronaldo (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Rio de Janeiro- Ex-atacante da seleção brasileira e membro Conselho Administrativo do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Ronaldo defendeu nesta quarta-feira a realização do torneio no país e se solidarizou com as manifestações que vem acontecendo desde a última semana.
"Tenho sentido orgulho de ver os protestos pacíficos e democráticos pelo país, espero que se espalhem cobrando, todos os anos, a melhor gestão do gasto público", escreveu o melhor jogador do mundo em 1996, 1997 e 2002, em sua conta no Twitter.
Ronaldo aproveitou para criticar uma corrente dos protestos que condena os gastos para a realização da Copa do Mundo, pedindo que todo o dinheiro aplicado em estádios fosse destinado a outras áreas estratégicas.
"A Copa é uma incrível oportunidade para o Brasil. Chance de atrair atenção, investimento, turismo e mais mil coisas. Mas isso não obriga a deixar de investir em questões sociais prioritárias como saúde, educação, transporte, segurança e etc. Afinal, não temos Copa do Mundo desde 1950 e não foi por isso que atingimos excelência em nenhuma dessas causas", afirmou.
"São 63 anos sem a Copa e não se viu bilhões destinados às questões sociais. Duvido que nosso país estaria uma vírgula melhor se não tivesse escolhido fazer o Mundial de 14", completou Ronaldo, que desde dezembro de 2011 faz parte da organização da competição.
O ex-atacante também criticou que um vídeo com declarações sobre a Copa dadas dois anos atrás, em que ele lembra que para sediar uma competição de futebol era preciso construir estádios, apesar de defender o investimento em outras áreas.
"Posso de fato não ter me expressado tão bem e a edição que eu vi na internet é bastante tendenciosa. Era outro contexto. Não é justo usar como se fosse dito essa semana", reclamou Ronaldo.
A posição de Ronaldo é diferente a de Rivaldo, ex-companheiro no título mundial de 2002, que ontem também usou sua conta no Twitter para questionar os gastos feitos para realizar o torneio no Brasil.
"É uma vergonha estar gastando tanto dinheiro para esta Copa do Mundo e deixar os hospitais e escolas em condições precárias. Tanta violência, bagunça. No momento não temos condições de fazer uma Copa do Mundo, não precisamos disso, precisamos de educação e saúde", afirmou.
Outro duro nas críticas foi o agora deputado federal e também ex-atacante Romário (PSB-RJ). "Queremos e exigimos o que é nosso. Basta de sacanagem, roubo, humilhação, falcatruas, falta de atitude, seriedade política e social".
Já Juninho Pernambucano, campeão da Copa das Confederações em 2005, e atualmente jogando no New York Red Bull, dos Estados Unidos, pelo Facebook, sugeriu uma forma da seleção brasileira mostrar apoio aos protestos populares.
"Uma sugestão seria neste jogo de amanhã contra o México todos cantarem o hino de costas para a bandeira e assim mostrariam que eles entendem que o futebol não é mais importante que o povo brasileiro", postou o meia.