Navios fantasmas: sem instalações para tripulação, embarcações teriam mais espaço para carga (Divulgação/Rolls-Royce)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 10h55.
São Paulo - Um projeto da Rolls-Royce tem gerado polêmica na indústria naval. A fabricante de motores estuda a criação de navios não-tripulados para o transporte de carga. Ou seja, eles querem vender navios fantasmas.
"Às vezes, o que era impensável ontem se torna realidade amanhã", afirma Oskar Levander, vice-presidente de inovação da Rolls-Royce, em texto sobre o projeto.
De acordo com Levander, as embarcações seriam comandadas à distância por tripulações até quatro vezes menores que as atuais.
Câmeras auxiliariam no monitoramento dos navios, que contariam com mais espaço para a carga sem as instalações dedicadas ao bem-estar dos marinheiros.
Obstáculos
Entretanto, o novo projeto da Rolls-Royce terá que superar vários obstáculos se quiser se tornar realidade. Hoje, a circulação de navios não-tripulados não seria permitida na maioria dos países.
Outro empecilho é o risco de desastres ambientais no transporte de cargas como petróleo. E tudo isso sem falar na oposição das organizações de profissionais ligados ao setor.
"O elemento humano é uma das primeiras linhas de defesa em casos de falha ou mudanças inesperadas", afirmou em entrevista à Bloomberg Dave Heindel, representante em Londres da Federação Internacional de Trabalhadores do Transporte, que se opõe ao projeto.