Tecnologia

Robô flagra Rússia editando artigo da Wikipedia sobre MH17

Conta de Twitter que monitora edições da Wikipedia rastreou o endereço do computador que mudou artigo para culpar soldados ucranianos pela queda do voo

Logo da Wikipedia (Lionel Bonaventure/AFP)

Logo da Wikipedia (Lionel Bonaventure/AFP)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 19 de julho de 2014 às 16h44.

São Paulo - Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia.

Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. De acordo com os Estados Unidos, o ataque partiu do território controlado pelos separatistas russos.

Agora, a guerra de propaganda chegou à Wikipedia.

Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia, editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa".

Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".

Só que a mudança foi percebida por um Twitter bot - uma ferramenta de monitoramento - que rastreia edições anônimas feitas na Wikipedia por computadores do governo russo.

O @RuGovEdits concluiu que a mudança no texto veio de um computador da VGTRK, uma empresa estatal russa dona de vários canais de televisão e rádio liderada por Dmitri Kiselyov, conhecido informalmente como o chefe de propaganda do Kremlin.

Veja o tuíte que divulgou o flagra:

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoÁsiaBoeing 777EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetEuropaInternetMalaysia AirlinesRedes sociaisRússiaTwitterUcrâniaWikipedia

Mais de Tecnologia

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam

YouTube expande anúncios em vídeos pausados para todos os anunciantes

Kremlin volta a usar YouTube, enquanto restringe o acesso de russos à plataforma