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Rinocerontes ganham câmeras nos chifres para inibir ação de caçadores

Câmera faz parte de conjunto de dispositivos chamado de RAPID, que inclui rastreador GPS e monitor de batimentos cardíacos

rinoceronte (Divulgação)

rinoceronte (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2015 às 10h30.

Uma organização britânica sem fins lucrativos quer tornar os rinocerontes sul-africanos mais tecnológicos. Chamada de Protect, a fundação desenvolveu um sistema composto de câmera, monitor de batimentos cardíacos e rastreador GPS, que começou a ser implantado nos mamíferos para tentar inibir a ação de caçadores ilegais.

O conjunto de dispositivos foi batizado de Real-time Anti-Poaching Intelligence Device (ou RAPID), e cada um de seus componentes é instalado em uma parte distinta do corpo do animal. A câmera fica em um pequeno buraco no chifre, enquanto o monitor é instalado embaixo da pele e o rastreador fica em volta do pescoço.

A ideia é que um alerta seja emitido pelo RAPID sempre que o coração do rinoceronte disparar. Com o aviso, uma equipe de monitoramento pode ativar o dispositivo no chifre e checar se o animal está sendo atacado por caçadores, e enviar imediatamente uma equipe de resgate para, possivelmente, deter os responsáveis.

Porém, para o diretor do projeto, Steve Piper, a expectativa é de que os conservacionistas nem precisem chegar ao ponto de acionar uma equipe de contenção. Em entrevista ao The Verge, o executivo disse que os dispositivos deverão “agir como bloqueios, para que os caçadores percebam que qualquer animal com um colar desses está fora da lista de alvos”. “Não há motivo para atacar o animal, não há por que matá-lo, porque você nunca vai conseguir fugir com as partes mais valiosas dele”, explicou Piper à publicação.

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O problema da caça a rinocerontes não é exatamente novo, e medidas como o corte dos chifres – muito valiosos por serem considerados “bons para a saúde” – já foram tomadas por outros países ainda na década de 90. A ideia, no entanto, não se mostrou muito eficaz – no Zimbábue, por exemplo, os animais sem a parte pontuda foram mortos da mesma forma, já que um “resto” de chifre ainda restava.

Outras iniciativas mais recentes para proteger esses mamíferos envolveram drones e microchips instalados em seus corpos, mas também não foram suficientes para evitar que o número de mortes aumentasse. Uma espécie inteira, dos rinocerontes-negros-ocidentais, foi totalmente extinta em 2013, e pelo menos 1 215 desses animais foram exterminados no ano passado na África do Sul – um recorde, superando os 1 004 do ano anterior.

Espera-se, então, que o RAPID ajude a ao menos minimizar o problema. As pesquisas principais já foram concluídas, e protótipos começarão a ser colocados em rinocerontes selvagens nos próximos meses – a organização também pretende criar versões para elefantes e tigres, aliás. Um centro de comando funcional, por fim, deve começar a operar no começo de 2016.

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