vestivel (AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2014 às 18h12.
A nova geração de tecnologia vestível não só oferece aos usuários uma infinidade de possibilidades, como tomar o pulso ou a pressão, mas que evita que os motoristas durmam ao volante ou que os corredores se machuquem, avisando-lhes que estão chegando ao limite.
Mas alguns mostram suas reservas sobre a exatidão dos dados pessoais compilados por uma variedade de pulseiras, relógios e roupa inteligentes e sobre como as empresas poderiam usar esta informação.
A tecnologia "wearable" (para vestir) é um segmento em pleno auge nesta edição da Computex, a maior feira de tecnologia da Ásia, inaugurada esta terça-feira em Taiwan, focada nesta ocasião na compilação de dados de saúde.
"Os sensores e dados de saúde e de fitness são fundamentais para os 'wearables' e definem amplamente este segmento", informou Daniel Matte da consultora Canalys.
A empresa de análise de mercado IDC previu em abril que as vendas de objetos de tecnologia "wearable" triplicariam este ano até os 19 milhões de unidades no mundo, e alcançará 111,9 milhões em 2018.
A empresa taiwanesa AiQ mostrou esta semana, em seu estande na Computex, um manequim vestindo um traje de ciclista de lycra.
Fibras de aço inoxidável no tecido e eletrodos nas mangas registram as pulsações e outros sinais vitais, assim como as calorias queimadas, e envia os dados para um chip com tecnologia sem-fio bluetooth, que pode transmitir a informação a um telefone, tablet ou smartphone.
A tecnologia chamará a atenção dos esportistas, mas por enquanto será usada por motoristas de ônibus de Taiwan, aos quais as empresas darão este ano camisetas inteligentes para evitar acidentes.
"Teremos camisetas capazes de monitorar os motoristas caso adormeçam, ou caso qualquer sinal vital indique que não se sente bem, e avisará a empresa de ônibus", afirmou o vice-presidente da AiQ, Steve Huang.
O dispositivo já foi estado durante um ano em pacientes de um hospital que receberam alta para monitorar seu estado de saúde e seus usuários se mostraram satisfeitos, acrescentou.
Mas os analistas e os consumidores mantêm reservas sobre se a roupa inteligente realmente pode interpretar corretamente os dados dos nossos corpos.
"Os sensores atuais não são muito precisos, mas haverá melhorias", disse Matte.
Preocupação com a privacidade A Samsung também apresentou, na semana passada, uma plataforma digital de tecnologia de saúde que usa sensores para monitorar dados corporais, como o pulso ou a pressão arterial.
A Apple, outra gigante do setor, também lançou seu aplicativo "Health" esta semana. A taiwanesa Acer, por sua vez, apresentou seu primeiro gadget vestível na Computex: uma pulseira inteligente conectada a um celular inteligente.
Mas enquanto as empresas de tecnologia embarcam no trem da modernização da saúde, cresce a preocupação sobre a gestão do enorme fluxo de informação gerida por estes novos aparelhos.
"Há uma oportunidade maciça de analisar e monitorar grandes quantidades de dados que serão gerados pelas plataformas e os sensores dos 'wearable'. A privacidade sempre é uma preocupação", disse Matte.
As empresas também insistem nos benefícios potenciais da análise para ajudá-los a interpretar as informações e a possibilidade de fazer contato com especialistas qualificados.
"Também vamos colaborar com alguma (instituição) médica, como hospitais, para melhorar este tipo de produto e fazer algo que realmente ajude as pessoas, temos falado disto no Sonostar", disse Paula Luh no estande da empresa taiwanesa.
A Sonostrar apresenta uma nova pulseira, a SmartFit, com sensor e bateria pensados para ser usados todo o dia, e que registra desde os passos do usuário até seu padrão de sono.