(Lucas Agrela/Site Exame)
Lucas Agrela
Publicado em 29 de novembro de 2018 às 05h55.
Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 10h57.
São Paulo – O LG G7 ThinQ é o smartphone Android topo de linha da marca em 2018, uma evolução visível em relação ao LG G6, do ano passado. O visual é a principal mudança: ele ganhou uma tela que aproveita melhor a área frontal do produto e, assim como o iPhone Xs, o Motorola One e o Asus Zenfone 5, coloca um recorte preto na parte superior central do celular. Outra característica que está em linha com a aparência dos rivais é o posicionamento da câmera dupla na vertical, em vez de na horizontal–uma alteração estética.
O nome longo do novo smartphone da LG passa a impressão de unidade entre os aparelhos de outras linhas, como as TVs, que usam a plataforma de inteligência artificial chamada ThinQ AI. A ideia é que o nome deixe claro que o produto tem recursos com essa tecnologia. A empresa traz uma integração nativa com o Google Assistente, o rival da Siri que funciona em smartphones Android. Não é possível dar uma função diferente para o botão dedicado do Assistente. O mesmo foi feito pela Samsung, que tem um botão dedicado para a sua assistente pessoal, chamada BixBy, e isso é algo que, em ambos os casos, tira uma liberdade interessante do consumidor controlar um componente importante do seu smartphone. É possível somente desligá-lo, o que pode ajudar a evitar acionamentos por acidente, na hora de reduzir o volume.
A memória interna do smartphone é um ponto que poderia ser melhor. Ele oferece 64 GB para armazenamento (46 GB realmente livres), enquanto o rival da Samsung tem somente opções com 128 GB–o que o torna um produto mais caro, mas dá mais espaço para fotos, vídeos e apps. Já a memória RAM do aparelho está na média de mercado, com 4 GB.
A câmera do produto também conta com recursos de inteligência artificial. Ele tem integração com o Google Lens, que é um aplicativo gratuito do Google para realizar atividades como pesquisas a partir de imagens, digitalizar documentos e ler códigos de barras. De tecnologia própria da LG, há a função chamada Câmera AI. Por meio de uma rápida análise das imagens encontradas na área de captura da foto, o software realiza ajustes como ISO e velocidade e captura para deixar a cena com o que o algoritmo indica ser o melhor para a fotografia. Nos testes de EXAME, pudemos constatar que nem sempre isso funciona, especialmente para oferecer fidelidade de cores. No entanto, o trabalho feito pela inteligência artificial da LG é interessante na maioria dos casos. A qualidade das fotografias, feitas com suas câmeras de 16 megapixels cada, é boa. Há baixo registro de ruído e as cores costumam estar em linha com a realidade. Ainda assim, com o avanço das câmeras nos smartphones, o LG G7 ThinQ tem dificuldade de ser melhor do que os rivais Galaxy S9+, iPhone X ou iPhone Xr. Tanto é que eles sequer aparecem entre os dez celulares com melhores câmeras do ranking da DxOMark, empresa que testa câmeras mobile.
A câmera frontal registra boas imagens e esse pode ser um dos principais pontos fortes do G7 ThinQ. Há um modo retrato que deixa as suas fotos com o fundo desfocado e você pode escolher o quando quer que ele esteja borrado–mas só antes da foto, não depois, como no iPhone Xr.
Para fotos em baixa iluminação, a câmera principal tem abertura de f/1.6 e a secundária tem f/1.9, que é mais indicada para fotografia de paisagens. É por isso que essa câmera é wideangle, ou seja, consegue capturar uma grande área na foto, em vez de oferecer uma câmera de retrato, como fazem Samsung e Apple. Isso é bom para quem tira muitas fotos em viagens.
Veja as fotos que tiramos com o LG G7 no Google Fotos.
Ao contrário da tendência, o LG G7 ThinQ não tem uma tela com tecnologia Oled, como no iPhone Xs ou no Galaxy S9+. Em vez disso, o painel é LCD. Segundo uma mensuração técnica do site especializado em informações do Android, chamado Androidpit, a cor azul pode ser representada com mais intensidade na tela de 6,1 polegadas, que tem resolução de 3.120 x 1.440 pixels (padrão conhecido como Quad HD).
Vale notar que o recorte na parte superior da tela, área que acomoda a câmera frontal do dispositivo, pode ser escondido via software no menu de configurações, no item "tela". Nesse caso, o visual fica mais parecido com o do G6, do ano passado.
A bateria de 3.000 mAh do LG G7 ThinQ não permite que o smartphone seja colocado em pé de igualdade com rivais no segmento Android topo de linha. Enquanto o Galaxy S9+, com bateria de 3.500 mAh, conseguiu 10 horas no teste padrão de EXAME (reprodução de vídeo), o G7 marcou sete horas e dez minutos. Com isso, no fim do dia, é provável que você precise de uma bateria portátil ou de uma tomada para recarregar o smartphone, caso você use muito o aparelho.
O LG G7 THinQ tem poucos itens que o tornam especialmente diferentes da concorrência. O que pode ser atrativo para o consumidor, no longo prazo, é o preço. De acordo com dados dos comparadores de preços de lojas online Buscapé e Zoom, o preço do dispositivo passou de 4 mil reais (valor sugerido pela marca) para cerca de 2.500 reais atualmente. A geração passada, G6, também lançada a 4 mil reais, chegou a custa 1.600 reais neste ano. Quando a competição, em nível de preço, coloca o G7 lado a lado com smartphones Android intermediários, ele passa a ser uma escolha óbvia para o consumidor. Pode ser que você não considere comprar um G7 agora, mas, se esperar algum tempo, ele pode se tornar uma barganha por todo o conjunto de recursos premium que oferece ao consumidor.