Lucas Agrela
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 13h29.
Última atualização em 21 de outubro de 2016 às 18h37.
São Paulo O ano de 2015 marca uma mudança de paradigma para os smartphones da Samsung. Os aparelhos da marca ganharam novos materiais e um sistema operacional mais livre de aplicativos pré-instalados.
O Galaxy S6 e o primeiro Edge foram os sinais dos novos tempos do segmento de smartphones da companhia. Agora, neste segundo semestre, a Samsung reforça isso com uma versão ainda maior do seu gadget topo de linha, o Galaxy S6 Edge+.
Como os demais aparelhos da marca, não há suporte para dois chips, nem entrada para cartões microSD para expandir o espaço de armazenamento de arquivos.
Por outro lado, esse celular com tela de bordas curvas tem câmeras excelentes, potência de sobra para rodar qualquer tipo de aplicativo e um design que o diferencia de todo o restante do mercado.
Os sensores biométricos também estão lá para que você possa usar o seu dedo para desbloquear a tela do aparelho ou medir o seu batimento cardíaco (somente em respouso).
O preço de 3.999 reais do Galaxy S6 Edge+, sem dúvida, é alto. Mas a qualidade dele também é. Confira mais detalhes do aparelho no review abaixo.
Visualmente, o aparelho se parece bastante com o primeiro Galaxy Edge. A diferença fica por conta do tamanho da tela e, como consequência, do produto como um todo. Com isso, a ergonomia sofre um pouco, especialmente pelo principal diferencial: as suas bordas curvas.
O espaço para apoiar os dedos nas laterais é escasso e requer uma curva de aprendizado para manuseá-lo com segurança. Isso é preocupante, visto que fica fácil deixar o smartphone cair no chão e ter que levá-lo para a assistência técnica.
Claro que há a proteção Gorilla Glass 4, da Corning, para ajudar a aumentar a resistência a quedas. No entanto, acidentes mais graves do que os previstos ou testados em laboratório podem acontecer no dia a dia (quedas no asfalto, por exemplo).
Mas a qualidade da tela é ótima. A sua resolução Quad HD pode ser questionável. De quantos pixels você precisa em um display de 5,7 polegadas?
Dois fatores precisam ser considerados aqui: telas com tecnologia Amoled têm longevidade de pixels menor do que as dos painéis LCD com retroiluminação LED (portanto, quanto mais pixels, melhor) e a super resolução é importante para usarmos o smartphone em um dispositivo de realidade virtual que a própria Samsung tem, em parceria com a Oculus VR.
O que importa no dia a dia é que os ângulos de visão do produto são ótimos, assim como a taxa de contraste.
A parte de trás do Galaxy S6 Edge+ é protegida com Gorilla Glass 4, assim como a tela. Coisas como chaves, moedas ou qualquer coisa que fique no seu bolso ou na sua bolsa não devem arranhar o produto. Exceto pela areia, que pode deixar seu aparelho abalado. Melhor não levá-lo para a praia.
As partes inferior e superior, assim como a disposição dos botões de desbloqueio de tela e controles de volume, deixam o Galaxy S6 Edge+ semelhantes ao iPhone 6 (ou 6s), da concorrente Apple. O slot do nano-SIM fica no topo do produto e requer uma chave para ser aberto mais uma semelhança com o iPhone.
A câmera frontal do S6 Edge+ tem ótima qualidade. As imagens são geradas, por padrão, com um filtro de imagem que busca limpar a sua pele de possíveis imperfeições. Se por um lado isso faz um "tratamento automático no Photoshop", as fotografias ficam um pouco lavadas e a definição sofre. Se você busca qualidade no detalhe, o melhor é desligar esse recurso de embelezamento.
São 5 megapixels na câmera dianteira e 16 megapixels na que fica atrás do aparelho. Em termos de resolução, essa conjunto de câmeras perde somente para o Zenfone 2 Selfie, que tem duas câmeras de 13 megapixels e, claro, para o Lumia 1020, que tem câmera de 41 megapixels.
A câmera principal do produto gera imagens tão boas quanto as que vimos no S6 Edge. Há um flash LED duplo que ajuda a manter a fidelidade de cores em ambientes mal iluminados o que funcionou bem. Agora, é em locais iluminados por luz natural que os melhores resultados são obtidos com essa câmera.
O INFOlab pode afirmar seguramente que a câmera do S6 Edge+ está no top três dos smartphones com melhores câmeras dos últimos anos, ao lado do iPhone 6 Plus e do Lumia 1020.
Para vídeos o S6 Edge+ se sai bem. Sua câmera principal filma em até 4K com 30 quadros por segundo. Veja, abaixo, um vídeo gravado com o aparelho.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=yyLreg3yeYo%5D
A duração da bateria do Galaxy S6 Edge+ foi acima da média, mas não conseguiu tirar o posto de primeiro colocado do Moto X Play, que aguentou por 13h20 o teste de uso intenso do INFOlab. O resultado obtido pelo aparelho da Samsung foi 9 horas e 43 minutos, o que o deixa alguns minutos atrás do Galaxy S6 (10 horas e 9 minutos).
A configuração de hardware do S6 Edge+ em pouco difere da que está no S6. O chipset usado pela Samsung foi o mesmo, por exemplo, um Exynos 7420, de fabricação própria, com processador octa-core. Uma mudança importante foi a adição de mais 1 GB de RAM, o que levou o aparelho ao patamar de 4 GB, assim como o concorrente Zenfone 2.
Para games, o aparelho continua com a GPU Mali-T760MP8. Ela dá conta de executar jogos pesados como "Injustice: Gods Among Us" ou "Asphalt 8". Claro que "Angry Birds" ou "Candy Crush" também rodarão muito bem nesse produto.
O desempenho do Wi-Fi foi ótimo nos testes. O S6 Edge+ conta com Wi-Fi padrão ac dual band, o que significa que ele consegue se conectar com redes de 2,4 GHz e 5 GHz. Se o seu roteador for compatível com essas duas frequências de transmissão, o sinal ficará menos congestionado e você provavelmente poderá ver Netflix ao mesmo tempo que mensagens do seu WhatsApp são sincronizadas sem atrasos.
Quanto ao GPS, o S6 Edge+ conta com três tecnologias para detectar onde você está com precisão: A-GPS, Glonass e Beidou. Ou seja, dá para usar o Waze ou o Google Maps tranquilamente nesse produto.
Confira os resultados dos benchmarks que rodamos no INFOlab. Esses testes de desempenho analisam diversos aspectos do smartphone e geram números como resultados. Abaixo, comparamos o aparelho com o seu irmão mais novo, o Galaxy S6 Edge.
AnTuTu (em pontos) | Barras maiores indicam melhor desempenho |
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S6+ Edge | 68222 |
S6 Edge | 63960 |
O sistema do Galaxy S6 Edge+ é bem parecido com o do S6. A melhor parte, sem dúvida, é que a Samsung adotou a prática de eliminar boa parte dos apps pré-instalados. Encontramos agora alguns aplicativos da Microsoft e aqueles que são da própria fabricante o que evita que espaço seja usado de maneira desnecessária.
Há alguns recursos exclusivos desse Android da Samsung, chamado pela empresa de Touchwiz. O principal deles é a possibilidade de redimensionar um app arrastando o dedo do topo da janela para baixo, na diagonal.
Um recurso bacana possibilitado pelas bordas curvas é a criação de atalhos que ficam ali no cantinho da tela. Dá para configurar alguns aplicativos para que eles possam ser acessados rapidamente no dia a dia.
Um aplicativo da Samsung merece destaque, o S-Health. Presente em toda a linha de smartphones topo de linha da marca, ele é capaz de medir a quantidade de passos que você dá ao longo do dia e também é o responsável por medir os seus batimentos cardíacos, com aquele sensor que fica perto da câmera principal, como no S6 normal.
O ritmo cardíaco, aliás, só pode ser medido quanto o usuário está parado. Como esse sensor funciona? Com uma câmera, que, usando um LED, analisa o seu fluxo sanguíneo durante alguns segundos.
No geral, o sistema funciona bem, apesar da Touchwiz. A interface, sim, é bem diferente da que vemos em um aparelho com Android puro, seja da linha Nexus, seja daquele Android menos limpo oferecido pela Motorola. Mas a experiência de uso, ao menos antes de uma grande mudança na versão do sistema, se mostrou ótima nos testes.
O preço é alto, mas o S6 Edge é um smartphone excelente para quem busca três itens em um Android: design diferenciado com tela grande, boas câmeras e potência.
Ainda não podemos afirmar que a mudança que a Samsung fez em sua linha de smartphones nos últimos tempos resultará também em uma mudança quanto ao ciclo de atualizações do sistema operacional. Mas, ao menos, mais um update do Android deve ser oferecido a esse produto, como a marca fez com seus últimos gadgets topo de linha.
A dúvida que fica para o consumidor é a seguinte: vale a pena pagar mais caro pelo S6 Edge+ só por ter um 1 GB a mais de RAM e uma tela um pouco maior? Em nossos testes, constatamos que até pode valer a pena para heavy users, mas não para quem só usa o aparelho no dia a dia para redes sociais e jogos casuais. É melhor economizar e ficar com o S6 Edge mesmo.
Sistema operacional | Android Lollipop |
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Chipset | Exynos 7420 |
CPU | Quad-core 1.5 GHz Cortex-A53 e quad-core 2.1 GHz Cortex-A57 |
GPU | Mali-T760MP8 |
RAM | 4 GB (DDR4) |
Armazenamento | 32 GB |
Conexões | 4G; Wi-Fi ac dual band; GPS com A-GPS, Glonass e Beidou; Bluetooth 4.1; NFC |
Tela | 5,7'' com resolução de 1440 x 2560 pixels (518 ppi) |
Peso | 153 gramas |
Bateria | 9h43 |
Prós | Potência; câmeras de ótima qualidade; tela grande. |
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Contras | Preço alto; falta de entrada para cartão microSD; bateria não removível. |
Conclusão | Indicado para quem não desgruda do smartphone e gosta de telas grandes. Mas é bom ter um carregador por perto. |
Configuração | 9.6 |
Usabilidade | 9.2 |
Foto | 10 |
Bateria | 8.3 |
Design | 8.8 |
Média | 9.1 |
Preço | R$ 3.999 |