Galaxy Fold: smartphone com tela dobrável tem bateria que dura 11h de uso (Lucas Agrela/Site Exame)
Lucas Agrela
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 07h00.
São Paulo – O Galaxy Fold, da Samsung, é o primeiro smartphone com tela dobrável a chegar ao mercado brasileiro. O produto se dobra ao meio para poder ser usado com uma mão só ou para ser acomodado no bolso da calça. EXAME obteve acesso ao aparelho antes do lançamento para realização de testes. Confira, a seguir, o review do Galaxy Fold.
O visual é o item mais chamativo e inovador do Galaxy Fold. Sua tela de 7,3 polegadas se dobra ao meio. Quando fechado, o usuário pode interagir com aplicativos em uma tela secundária, menor, de 4,6 polegadas. Com prática, é possível digitar nessa telinha. No dia a dia, acaba sendo mais conveniente digitar com a tela principal aberta. Mas isso pode ser chamativo demais na rua, por exemplo.
Os usuários podem tirar fotos com o Fold quando estiver aberto ou fechado. Isso acontece porque o aparelho vem equipado com seis câmeras. São três na parte traseira, duas na parte frontal e uma acima da tela secundária.
Os vídeos e aplicativos nem sempre se adaptam totalmente à tela, que tem tamanho incomum entre os dispositivos com sistema Android. Porém, o fator de conveniência de ter uma tela de 7,3 polegadas no bolso pode pesar mais para o consumidor do que apenas algumas sobras de tela na interface dos aplicativos. Os vídeos da Netflix e do YouTube, por exemplo, ocupam grande parte do display e oferecem uma experiência de apreciação de conteúdos melhor do que em telas de tamanho tradicional.
O que falta ao Galaxy Fold, um produto de primeira geração na sua categoria, é resistência à água e conector de fones de ouvido. Smartphones Android da própria Samsung contam com essas características, como é o caso do Galaxy S10.
O Galaxy Fold é o smartphone com sistema Android que reúne o maior número de características técnicas avançadas na atualidade. Ele tem seis câmeras, 12 GB de memória RAM, chip Qualcomm Snapdragon 855 (topo de linha de 2019) e memória de 512 GB.
Com isso, por 13 mil reais, ele se propõe a ocupar o lugar do seu celular, do seu tablet e até do seu notebook. Como outros com sistema operacional Android, o aparelho é compatível com acessórios Bluetooth, que podem ser usados para produtividade.
Nos benchmarks, o Galaxy Fold superou outros smartphones já testados por EXAME no AnTuTu, mas ficou atrás no Geekbench no desempenho de uso de múltiplos núcleos de processamento.
Benchmark | Galaxy Fold | Galaxy Note 10+ | Galaxy S10+ |
AnTuTu | 438.803 | 274.435 | 268.470 |
Geekbench | 2.437 | 5.708 | 5.590 |
O Galaxy Fold tem muitas câmeras. São seis no total. Apesar de serem em grande número, elas são as mesmas usadas no Galaxy S10+, do ano passado, com uma câmera adicional de 10 megapixels com abertura de f/2.2.
Por isso, as fotos e vídeos registrados pelo Fold são de qualidade consideravelmente similar aos obtidos com o Galaxy S10+ em nosso review, publicado em 2019. Veja alguns exemplos de fotos tiradas com o Galaxy Fold a seguir.
A autonomia de bateria do Galaxy Fold varia porque ele tem duas telas. Sendo o display um dos vilões do consumo de bateria, EXAME avaliou o produto com a tela grande e com a tela pequena neste item do teste.
Com a tela grande, a autonomia de uso do Galaxy Fold foi de 11 horas. Com a tela secundária, como esperado, a autonomia subiu e chegou a 13 horas e meia. Para efeito de comparação, o iPhone 11 Pro Max obteve 13 horas de uso no teste, sob as mesmas condições.
A avaliação é feita com reprodução de vídeos via streaming, feita com Wi-Fi e Bluetooth ativos e brilho de tela no máximo.
O Galaxy Fold é um dispositivo de primeira geração que mostra uma nova forma de fazer celulares com telas grandes. Ele ainda não tem preços acessíveis ou resistência à água, que são fatores encontrados em outros smartphones Android da própria Samsung ou das rivais Motorola e LG. Com o preço que equivalente a quase 13 salários mínimos, o Fold é para poucos entusiastas de novas tecnologias com alto poder aquisitivo, ao menos hoje em dia. A escolha lógica na compra do Fold só faz sentido se o consumidor for utilizá-lo como celular, tablet e notebook – tudo isso combinado em um só dispositivo que cabe no bolso. A tela dobrável pode parecer apenas um requinte, mas o celular com tela grande traz benefícios claros ao uso diário que podem mudar a forma de usar o dispositivo. Para isso, agora, novos aplicativos precisam surgir para aproveitar todo o potencial do Galaxy Fold.