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Resposta de Zuckerberg não cala críticos

Parlamentares americanos ainda querem depoimento do CEO do Facebook sobre o caso do vazamento de dados para a empresa Cambridge Analytica

 (Stephen Lam/Reuters)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 22 de março de 2018 às 15h42.

Última atualização em 22 de março de 2018 às 15h43.

O CEO da Facebook, Mark Zuckerberg, quebrou o silêncio sobre a crise gerada pelo acesso da consultoria política Cambridge Analytics a dados de usuários na rede social, detalhando as medidas concretas que a empresa está tomando para impedir novos vazamentos desse tipo no futuro. Os críticos não se impressionaram.

O bilionário finalmente se posicionou sobre o assunto em uma série de entrevistas à imprensa e em uma postagem de blog, prometendo investigar até que ponto “aplicativos maliciosos” coletam dados confidenciais na rede social. Zuckerberg disse à CNN que o Facebook informará cada um de seus dois bilhões de usuários que possa ter dados pessoais comprometidos.

“Tenho trabalhado para entender exatamente o que aconteceu e como garantir que isso não voltará a suceder”, escreveu Zuckerberg em postagem em sua página de perfil no Facebook. “Prometo a vocês que trabalharemos nisso e construiremos um serviço melhor a longo prazo.”

Ao se comprometer a investigar se a Cambridge Analytica ainda detém as informações obtidas por um criador de aplicativos de terceiros e a estender a apuração a outros desenvolvedores que possam ter violado as regras do Facebook, Zuckerberg deu um passo na direção certa, segundo parlamentares, investidores e usuários. Mas não foi suficiente para aplacar as críticas -- há quem continue achando que a empresa não está se esforçando o suficiente.

Parlamentares americanos ainda querem depoimento de Zuckerberg

“Isso não é suficiente”, disse o deputado americano democrata David Cicilline, representante de Rhode Island, em postagem no Facebook, em resposta à declaração do CEO. “Mark Zuckerberg precisa depor no Congresso.”

O sentimento foi compartilhado por outros parlamentares americanos e europeus, entre eles a senadora Amy Klobuchar, democrata de Minnesota, e o senador Richard Blumenthal, democrata de Connecticut. “Desculpas não substituem perguntas e respostas sob juramento”, disse Blumenthal, que é membro do Comitê Judiciário da casa legislativa. “O Congresso não tem conseguido responsabilizar o Facebook e legislar sobre proteções à privacidade, que são manifestamente necessárias.”

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse em postagem no Twitter que muitas perguntas permanecem sem resposta. “Estou ansioso para ouvir as explicações dele diante dos representantes eleitos de mais de 500 milhões de cidadãos europeus”, disse.

Na manhã de quarta-feira, em Washington, funcionários do Facebook tiveram reunião privada com funcionários da Comissão de Energia e Comércio do Congresso de ambos os lados do espectro político por quase duas horas, segundo duas pessoas que participaram da reunião. Uma das principais perguntas é se mais alguém -- incluindo outros “maus atores” -- pode ter tido acesso aos mesmos dados que a Cambridge Analytica obteve de mais de 50 milhões de perfis no Facebook. Os funcionários, que falaram sob condição de anonimato, disseram que os representantes do Facebook reconheceram que a empresa não sabe a abrangência da possível disseminação de informações ou quantas cópias foram feitas.

Em entrevistas concedidas na quarta-feira, Zuckerberg disse que está “aberto” a testemunhar ao Congresso se for a pessoa certa para fornecer a informação de que os parlamentares precisam. Mas não chegou a se comprometer a comparecer.

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