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Rentabilidade e possível IPO: o que mais o Telegram tem na manga?

Avaliado em US$ 30 bilhões de dólares, o app de mensagens caminha na contramão dos concorrentes

CEO Pavel Durov: CEO do Telegram ficou conhecido como "Mark Zuckerberg da Rússia" (Chris Ratcliffe/Getty Images)

CEO Pavel Durov: CEO do Telegram ficou conhecido como "Mark Zuckerberg da Rússia" (Chris Ratcliffe/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 11 de março de 2024 às 17h03.

Última atualização em 11 de março de 2024 às 17h04.

O aplicativo de mensagens Telegram, conhecido por ter uma abordagem, digamos, mais livre na moderação e ferrenha na privacidade, está se aproximando do break even, segundo revelações do próprio CEO Pavel Durov. Com sede em Dubai, a plataforma anunciou ter atingido a marca de 900 milhões de usuários mensais ativos, um salto significativo em comparação aos 500 milhões no início de 2021.

Nos últimos dois anos, o Telegram iniciou a monetização por meio de publicidade e assinaturas premium, resultando em "centenas de milhões de dólares" em receita.

Com um caixa mais robusto, a empresa tem sido avaliada na casa dos US$ 30 bilhões de dólares por investidores interessados, embora Durov rejeite a ideia de vender, mirando uma futura oferta pública inicial (IPO). O foco na independência é citado como razão primária para a monetização, com Durov destacando o potencial democrático de um IPO para o acesso ao verdadeiro valor do Telegram.

A plataforma, que sempre foi entendida como uma alternativa ao WhatsApp, se expandiu drasticamente, servindo como ferramenta vital de comunicação para governos e cidadãos em zonas de conflito, apesar das críticas sobre a moderação de conteúdo e a disseminação de desinformação.

O Zuckerberg da Rússia

Durov, conhecido como o "Mark Zuckerberg da Rússia" após co-fundar a rede social VKontakte, lançou o Telegram em 2013, seguindo sua saída forçada da Rússia devido a pressões governamentais. O empresário mantém sua posição firme pela liberdade de expressão, planejando aprimorar os processos de moderação sem comprometer os princípios fundamentais da plataforma.

Em preparação para uma possível IPO, o Telegram considera diversas opções de financiamento, incluindo a emissão de dívidas que se convertem em ações, além de contemplar a venda de uma parcela de ações para usuários leais, à semelhança do recente anúncio do Reddit. A empresa também explora inovações, como a introdução de um chatbot baseado em inteligência artificial, ampliando suas capacidades além da simples mensageria.

Mas minando a boa fase, o Telegram enfrenta a concorrência de gigantes como o WhatsApp, da Meta, com 1,8 bilhões de usuários ativos mensais, e o Signal, com 30 milhões. No entanto, com despesas anuais inferiores a 70 centavos por usuário mensal e planos de expansão global de suas ofertas publicitárias, a plataforma se posiciona como um player a ser considerado no consolidado mercado de mídias sociais.

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