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Relógios, pulseiras, óculos: a tecnologia invade o vestuário

San Francisco - Andar na moda ganhou um novo sentido com a transformação de óculos, pulseiras e relógios em pequenos computadores portáteis, conectados ao corpo e...

iPhone-pulseira (AFP)

iPhone-pulseira (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 09h16.

San Francisco - Andar na moda ganhou um novo sentido com a transformação de óculos, pulseiras e relógios em pequenos computadores portáteis, conectados ao corpo e à internet.

A popularidade do computador "portátil" como acessório de vestuário vem do movimento da "autoquantificação", que consiste na medição individual dos dados relacionados com o próprio corpo, desde a qualidade e duração do sono até a quantidade de calorias queimadas na academia.

"Estamos entrando na era da informática no vestuário", explicou Van Baker, analista de tecnologia no instituto de pesquisa Gartner. "As pessoas vão se deslocar com dispositivos pessoais em contato com o corpo e terão ferramentas que se comunicam entre si e com a internet".

O movimento encontrou um habitat natural nas academias, com gadgets como as pulseiras Jawbone UP, Nike FuelBand e Fitbit, que utilizam sensores para detetar o menor movimento do corpo e enviar a informação recolhida para celulares ou tablets, onde aplicativos processam e analisam os dados.

A empresa Jawbone, com sede em São Francisco, se lançou no mercado de informática "móvel" há vários anos com a introdução de minicomputadores em fones de ouvido e microfones para smartphones.

A companhia se expandiu com a compra da BodyMedia, fabricante de pulseiras que registram em tempo real as calorias queimadas. Este bracelete é utilizado em um 'reality show' da TV americana em que participantes com sobrepeso devem emagrecer o máximo possível.

"Há uma grande desejo entre os consumidores por dados pessoais e pelo descobrimento de si mesmos, e a demanda continuará crescendo", disse Hosain Rahman, proprietário e fundador da Jawbone.

30 milhões de dispositivos "móveis" - Um estudo realizado pelo instituto Forrester Research no início de 2013 nos Estados Unidos revelou que 6% dos adultos usam um bracelete para registrar seu rendimento esportivo, enquanto 5% utiliza um aparelho para analisar sua atividade física diária ou seu sono.

Cerca de 30 milhões de dispositivos "móveis" serão vendidos em todo o mundo neste ano, segundo Forrester.

Mas a academia não é o único lugar onde o vestuário tecnológico está em alta. Hoje em dia há dispositivos capazes de recomendar ao usuário um filme baseado em seu humor.

"É simplesmente incrível. O futuro parece emocionante", afirmou o professor Asim Smailagic, diretor de um laboratório de pesquisa de informática para vestuário da Universidade Carnegie Mellon (Pensilvânia).

Smailagic começou suas pesquisas há 25 anos, sobretudo em projetos de capacetes inteligentes para o pessoal responsável pela manutenção de aeronaves.

Segundo ele, o aparecimento de sensores de movimento e de som muito sofisticados e de baixo custo, assim como do GPS e aplicativos desenvolvidos para celulares cada vez mais potentes, abriu caminho para uma ampla democratização da informática no vestuário.

Estes computadores "podem ajudar o usuário quando ele precisar. E todo mundo gosta de receber o tipo de informação que podem oferecer", disse.

Extensão natural do corpo - O computador "contextual" - vinculado a seu entorno imediato - vai além da simples geolocalização ao propor algo baseado na informação da qual dispõe, como sugerir ao usuário um restaurante próximo quando ele tem poucos minutos para almoçar entre dois compromissos.

"Quando se combina a informática no vestuário com sensores e máquinas de algoritmos, se obtém 'contexto'. O computador conhece o humor do usuário e é capaz realmente de ajudar em função da situação", diz Smailagic.

Segundo o professor, os óculos que estão prestes a ser comercializados pelo gigante da internet Google, os Google Goggles, equipados com uma câmera e conectados com a internet, serão um sucesso, apesar das preocupações levantadas sobre uma possível invasão de privacidade.

"A informática no vestuário deve ser discreta, e parecer uma extensão natural do corpo", disse Smailagic.

"Os óculos do Google resolvem estes problemas", acrescentou.

Tim Cook, presidente da Apple, disse no mês passado que acredita em uma informática de miniatura, aplicável, por exemplo, ao tamanho de um relógio.

Segundo Cook, "um exército de empresas trabalharão" no campo da informática no vestuário, mas se esquivou da pergunta sobre a criação de um relógio da Apple "iWatch".

"O pulso é um lugar interessante" para desenvolver a informática "portátil", disse.

Várias empresas apostam na criação de relógios inteligentes quer permitam telefonar, tuitar, navegar na web ou contar os passos do usuário.

De fato, começou recentemente a venda dos relógios inteligentes Pebble, uma empresa criada após o sucesso na arrecadação de 10 milhões de dólares através do site de investimento comunitário Kickstarter.

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